Em pronunciamento nesta quinta-feira (10/07), o senador Jefferson Praia (PDT-AM) defendeu a adoção imediata de projetos econômicos de curto prazo na Amazônia, como forma de conter o avanço da devastação do ecossistema local.
O senador ressaltou que a região abriga 25% das espécies vegetais do planeta e é habitada por 23 milhões de brasileiros que, na maioria das vezes, sobrevivem de atividades predatórias que comprometem o futuro da floresta e de toda a Humanidade, já ameaçada pelo aquecimento global.
- A resposta consiste não apenas nas ações repressivas de fiscalização, mas no desenvolvimento socioeconômico de alternativas à destruição da floresta, para que a mata possa valer mais em pé do que derrubada - afirmou.
Jefferson Praia disse que os projetos de curto prazo devem contemplar o zoneamento ecológico-econômico da Amazônia, para identificação das vocações regionais; a formação de capital intelectual; o ordenamento fundiário; a recuperação de áreas degradadas, com a introdução de policultura de frutas; o manejo de produtos florestais; iniciativas em ecoturismo; estímulo à produção de artesanato de qualidade e o aproveitamento de subprodutos da região, como a pele de peixes, na produção de vestuário, entre outras possibilidades.
O senador pelo Amazonas defendeu ainda a aplicação de tecnologias apropriadas para o uso racional das várzeas, em cultivos de ciclo curto e médio; a difusão de estações para a produção de alevinos, destinados ao repovoamento dos rios; o cultivo nas margens dos rios sem o uso de agrotóxicos e insumos que ameacem a sobrevivência da fauna e da flora aquáticas; e o fomento à criação de pequenos animais, como a galinha caipira.
Jefferson Praia disse ainda que a soja e a carne têm correlação com o desmatamento, à medida que o preço desses produtos se elevam no mercado. Por esse motivo, o senador sugeriu o cultivo desses produtos em áreas já degradadas, como forma de evitar a destruição ambiental.
(Por Paulo Sérgio Vasco, Agência Senado, 10/07/2008)