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gestão dos recursos hídricos desperdício de água petrobras
2008-07-11
A bacia hidrográfica formada pelos rios Macacu, Guapi e Caceribu é uma das principais a comporem a Baía de Guanabara e abastece mais de dois milhões de fluminenses nos municípios de Niterói, Itaboraí, São Gonçalo, Tanguá, Rio Bonito, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu. Com o objetivo de definir alternativas para garantir disponibilidade de água a esse universo, a Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolve o projeto Macacu, que consiste em um planejamento focado na gestão integrada dos recursos hídricos da região.

“O Projeto Macacu objetiva estudar e propor alternativas para aumentar a disponibilidade hídrica, considerando os usos múltiplos atuais e futuros, além de avaliar a qualidade atual da água para abastecimento humano, especialmente, conhecer a dispersão e a diluição dos poluentes nos cursos d`água em estudo, permitindo ações preventivas de controle ambiental”, explica a professora Chou Sin Hwa, coordenadora Institucional do Projeto.

Para determinar as características ambientais e socioeconômicas da bacia, a UFF realiza, desde setembro de 2007, um diagnóstico minucioso de toda a área. O projeto, patrocinado pela Petrobras Ambiental, atua em várias frentes de estudos como o geoprocessamento, recursos hídricos, qualidade da água, projetos de engenharia, geotecnia e hidrogeologia, usos e potenciais agrícolas.

Após a estruturação e organização do banco de dados georreferenciados da Coordenadoria de Geoprocessamento, as equipes passaram a dispor de bases cartográficas e imagens, em escala 1:50.000 e 1:10.000, envolvendo toda a área alvo do projeto. Estão sendo realizados novos mapeamentos da cobertura vegetal da região e de uso e ocupação da terra. A Coordenadoria de Recursos Hídricos está fazendo um levantamento dos dados de postos pluviométricos e fluviométricos da bacia hidrográfica e analisou dados publicados sobre as demandas atuais e futuras de água na região.

Análises da água feita pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) nos rios Guapi-Macacu e Caceribu-Macacu constataram uma maior contaminação por esgotos domésticos e adubos provenientes das pequenas lavouras na região, gerando a eutrofização da água (desenvolvimento descontrolado de microalgas). A equipe de Projetos de Engenharia está realizando uma análise técnica e econômica das alternativas preliminares de abastecimento de água para a região.

Com o objetivo de conhecer melhor os aqüíferos existentes e suas potencialidades, a Coordenadoria de Geotecnia e Hidrogeologia está levantando as principais captações de água subterrânea na região, além de avaliar as áreas de recarga, que são locais preferenciais para as águas de chuva entrarem no subsolo, e as áreas de descarga, locais por onde as águas saem, como, por exemplo, as nascentes, lagos e rios.

A equipe de Usos e Potenciais Agrícolas tem pesquisado a atual demanda hídrica dos produtores rurais da região. Futuramente, será implantado um projeto piloto na Fazenda Modelo da UFF, localizada no município de Cachoeiras de Macacu, para demonstrar a forma correta de tratamento de resíduos e utilização racional da água, além de práticas de conservação do solo e do meio ambiente.

Educação Ambiental

Segundo a professora Chou, o Projeto também pretende promover a gestão participativa da população, a partir de atividades de Educação Ambiental planejadas para conscientização e mobilização comunitárias, com o envolvimento de Escolas da região.

Dez escolas da rede municipal de ensino estão envolvidas no projeto, que vai beneficiar 50 professores e 150 alunos. Antes do início dos trabalhos, os professores e alunos são orientados pelos monitores do Instituto Baía de Guanabara, que coordena essa parte do projeto. Eles aprendem sobre a importância da água, a disponibilidade hídrica da bacia, como esses recursos podem ser utilizados e como preservar os rios.

Em visitas a rios da região, os alunos e professores deverão identificar a presença de macroinvertebrados bentônicos, que são pequenos organismos aquáticos que sinalizam os níveis de poluição da água, e assim observar suas condições ambientais. Esses organismos (larvas de insetos, crustáceos, moluscos e anelídeos) são considerados bons indicadores de poluição, pois alguns deles só vivem em águas ricas em oxigênio. Quanto mais organismos forem encontrados, menos poluída aquela área é. Após a coleta de amostras da água pelos monitores, os alunos observarão os microorganismos com lupas e microscópios.

Além da qualidade da água, os alunos estudarão a vazão dos rios e a quantidade de chuvas. Para isto, pluviômetros serão instalados nas áreas do projeto. Serão utilizados um oxímetro, para medir o oxigênio na água, um pHmetro que mede o pH e temperatura e um condutivímetro que mede a condutividade elétrica.

Os estudantes e professores vão preencher uma ficha com as principais características de cada trecho, como informações sobre coloração e odor da água, ocupação da área do entorno, condições da vegetação das margens, entre outras observações.

Visando um maior conhecimento da população sobre o tema, a comunidade participará de seminários sobre o trabalho e as escolas receberão cartilhas sobre os recursos hídricos da bacia.

(Por Neide Campos/ AmbienteBrasil, 10/07/2008)

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