A Agência de Segurança Nuclear (ASN) francesa confirmou que 30 metros cúbicos de um líquido contendo urânio transbordaram de uma fábrica da central nuclear de Triscastin, próximo a Avignon, na França. A instalação pretence a Socatri e é administrada pela Areva. A usina fica na região de Vaucluse, um conhecido ponto turístico francês, e a população local está impedida de beber a água de dois rios que foram contaminados e de usá-la para irrigação de plantações.
"A poluição radioativa é inerente à indústria nuclear. Usinas nucleares, fábricas de reprocessamento, depósitos, todos estes locais liberam diariamente radioatividade para o meio ambiente", disse Yannick Rousselet, coordenador da campanha de energia do Greenpeace da França.
O vazamento aconteceu dia 7 de julho, às 11 horas da noite. Socatri avisou a Agência de Segurança Nuclear (ASN) no dia 8 de julho, às 7h30 da manhã. Ao perceber a gravidade do acidente, operador da usina convocou a ASN e os governantes tomaram medidas apenas à uma hora da tarde. "Durante todo esse tempo, nenhuma medida de segurança foi realizada para proteger os habitantes" comenta Rousselet.
"Lentidão, falta de transparência e uma baixa capacidade de resposta são inaceitáveis", completa. "Este vazamento é mais um exemplo dos riscos da energia nuclear. A quantidade de lixo que vazou em um único acidente é mais que 130 vezes o nível que este reator sozinho tem permissão para liberar no ano inteiro", alerta Aslihan Tumer, coordenador da campanha de nuclear do Greenpeace Internacional.
“Acidentes como este são uma prova da ameaça da energia nuclear. E mesmo assim o governo anuncia a construção de mais 3 ou 4 usinas no Brasil sem ouvir a sociedade e sem considerar as outras opções. O mundo precisa de uma revolução energética baseada na economia de energia e em fontes renováveis que são mais limpas, seguras e baratas", afirma Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace no Brasil.
(Greenpeace, 10/07/2008)