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sacolas ecológicas walmart consumo sustentável/consciente
2008-07-11
Com uma fama não tão positiva em seu país de origem, o grupo norte-americano Wal-Mart vem investindo pesado para firmar, no Brasil, a imagem de uma empresa social e ambientalmente bonita. Lá nos EUA, a maior rede de supermercados do mundo coleciona processos e denúncias de espionagem, trabalho semi-escravo e discriminação racial .

Mas por aqui, ontem (10/07) durante coletiva à imprensa, divulgou que lançará no segundo semestre a “sua” sacola retornável. Conforme a vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da empresa no Brasil, Daniela De Fiori, a peça de algodão foi desenvolvida exclusivamente para as lojas do grupo e será vendida ao consumidor por dois reais.

“A sacola foi criada após avaliação do projeto-piloto realizado por três meses em Curitiba”, explica. Foram testadas várias alternativas de material, entre caixas, sacolas de papel e de lona. As de algodão, de acordo com a executiva, apresentaram a melhor aceitação dos clientes, especialmente no quesito resistência.

A iniciativa vai ao encontro de uma tendência que se observa junto ao consumidor brasileiro. No país, são consumidos, aproximadamente, 35 mil sacos plásticos por minuto, sendo que 80% são utilizadas somente uma vez e em 20% das compras são usadas, pelo menos, dois saquinhos por carregamento. A opção do curitibano, portanto, está alinhada a uma tendência global que, no mundinho fashion, vende –se pelo nome de “Ecobag”.

A sacola do Wal-Mart foi confeccionada para aguentar até 35 kg e mede aproximadamente 50 centímetros de largura por 50 cm de altura. O tecido vem na cor natural do algodão – creme –, com o slogan verde nos dois lados: “Eu faço a diferença. Uso Sacola Retornável.”

Produto já é vendido em outros Estados
Nos primeiros 41 dias já foram vendidas 75 mil unidades em São Paulo e no Paraná. O próximo passo será distribuir a novidade para as lojas de Santa Catarina e, em seguida, para o Nordeste e demais Estados do Sudeste. Segundo dados fornecidos pela empresa, nas lojas da rede no Brasil, são consumidas 1,2 bilhão de sacolas plásticas por ano.

“Desde novembro de 2006, o Wal-Mart utiliza plástico reprocessado na confecção dessas embalagens, possibilitando uma economia de 30% de resina virgem derivada do petróleo”, garante a vice-presidente Daniela de Fiori.

Porto Alegre receberá projeto-piloto
Agora será a vez das lojas de Porto Alegre servirem de teste para outro projeto-piloto dos gringos. Hoje (11/07), o Wal-Mart lança o programa Eco-Embalagem em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

Desenvolvido em parceria com os fabricantes de linha branca e marrom (eletroeletrônicos), a ação prevê a coleta das embalagens (papel, papelão, plástico e isopor) e envio para as cooperativas de reciclagem.

Terá duração prevista de um mês e, caso seja bem –sucedido, será implantado nas demais lojas da rede no país, que comercializam eletroeletrônicos.

Segundo o vice-presidente do Wal-Mart Brasil para a região Sul, José Osvaldo Leivas, as embalagens serão reaproveitadas por cooperativas de reciclagem indicadas pelo Instituto Wal-Mart.

Como funcionará
A mecânica da campanha começa no momento da entrega de alguns produtos (refrigeradores, tv´s, fogões), quando o consumidor pode solicitar que as embalagens sejam coletadas pela transportadora que entregou sua mercadoria.

Conhecida como Logística Reversa, essa prática já é popular no primeiro mundo e tem se mostrado eficiente porque reduz o lixo, incentiva a reciclagem e otimiza os processos tanto da indústria como do varejo.

Os resíduos recolhidos nos projetos-piloto de Porto Alegre e Curitiba serão destinados à Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta do Rio Grande do Sul e à Cooperativa de Catadores Zumbi dos Palmares e Associação de Coletores de Materiais Recicláveis Santo Aníbal do Paraná.

Parceria com Coca-Cola
Por meio de seus institutos socioambientais, as duas mega-empresas estadunienses lançam também no segundo semestre deste ano um programa de coleta e reciclagem de resíduos. A “Estação de Reciclagem”, nome do projeto, terá como função promover a coleta e o correto processamento de resíduos recicláveis.

Vai instalar postos de coleta de metal, plástico, papel, vidro e óleo de cozinha em mais de 300 lojas da rede em todo o Brasil até 2009. No Sul, a maioria das lojas terá postos de coleta à disposição da população. O Wal -Mart projeta que a parceria vai beneficiar diretamente 50 cooperativas e gerar renda para 2.500 catadores. Além da oportunidade de geração de renda, a Estação de Reciclagem vai oferecer capacitação profissional e treinamento às cooperativas, alem de melhorias em sua infra-estrutura de coleta e processamento de materiais.

O programa já funciona no hipermercado Wal-Mart Supercenter Pacaembu em São Paulo em conjunto com a Coca-Cola Brasil e apoio local da Femsa - seu fabricante autorizado na região. Lá as empresas firmaram um convênio com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre).

Ao Cempre cabe diagnosticar o grau de estrutura das cooperativas e recomendar as ações necessárias, de modo a garantir a formalidade nas suas operações. Para desenvolver os coletores, o Programa Estação de Reciclagem contou com pesquisas dos dois Institutos. O resultado levou ao desenvolvimento de coletores como o de óleo de cozinha, por exemplo.

“Os esforços na formação e capacitação de cooperativas de catadores também geram grande impacto positivo, tanto social quanto ambiental”, diz Héctor Núñez, presidente do Wal-Mart Brasil.

O Brasil é o maior reciclador de alumínio no mundo, com um índice de 96%, e também se destaca com um dos maiores índices de reciclagem de PET, 51,3%, que vem apresentando um ritmo crescente. Este número deve crescer ainda mais devido a recente liberação da Agência nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de utilizar a mistura de PET reciclado ao PET virgem nas embalagens de alimentos de produtos registrados na agência, criando um novo mercado para a reciclagem. Há 5 anos, este índice era de 35%.

Wal-Mart Brasil
São 315 lojas em 18 estados e mais de 68 mil funcionários. O plano de expansão da empresa, desde que chegou ao país há 13 anos é proporcional ao seu tamanho. Em 2008 prevê 36 novas lojas, com investimento de R$1,2 bilhão e geração de 7.000 novos postos de trabalho.

No mundo
A Wal-Mart é a maior empresa varejista do mundo. Foi fundada em 1962 nos EUA e está presente em 11 países. Ela é também uma campeã em desrespeito aos direitos trabalhistas. Segundo o site do Observatório Social , ela possui por volta de 6.600 estabelecimentos (3.900 nos Estados Unidos e 2.700 no exterior). São 1,8 milhão de funcionários (1,3 milhão nos EUA) e seus custos salariais são inferiores em 20 a 30% aos dos seus concorrentes.

Registrou em 2006 um lucro de 11,28 bilhões de dólares e um faturamento de 344,99 bilhões, dos quais 77,11 bilhões fora dos EUA. Além de aniquilar o comércio local com a prática de concorrência desleal, a Wal-Mart é acusada de violação de direitos trabalhistas em diversos países.

As principais acusações são de discriminação de mulheres e negros, precarização através da terceirização, submeter seus funcionários a horas de trabalho adicionais, não oferecer planos de saúde, não pagar horas extras e não respeitar horários de almoço e descanso.É norma na empresa a proibição de sindicalização dos seus funcionários, à exceção da sua filial chinesa que, pressionada pelo governo local, cedeu.

O documentário "Wal-Mart: O alto custo do preço baixo", do norte-americano Robert Greenwald, denuncia as péssimas condições de trabalho dos funcionários e a falência e aniquilamento do comércio onde a empresa se instala. No site do filme tem alguns vídeos, em inglês e sem legendas em português. O DVD tem legendas em espanhol.

(Por Carlos Matsubara, Ambiente JA, 11/07/2008)

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