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política ambiental alemanha passivos da energia atômica energia nuclear na alemanha
2008-07-10

A confirmação de que houve vazamento de água radioativa de um deposito subterrâneo para lixo nuclear na Alemanha há duas décadas foi outro golpe à idéia de que centrais atômicas podem aumentar a geração de eletricidade de forma segura e reduzir as emissões contaminantes. Os vazamentos radioativos no deposito Asse II perto de Braunschweig, na Baixa Saxônia, cerca de 225 quilômetros a sudoeste de Berlim, foram descobertos em 1988. o estatal Instituto Helmholtz de Pesquisas Cientificas, que opera nesse local, finalmente admitiu oficialmente sua existência no dia 16 de junho, sob pressão da impressa alemã.

o porta-voz do instituto, Heinz-Joerg Haury, disse ao jornal Sueddeutsche Zeitung que os pesquisadores “não consideram que esses vazamentos justifiquem uma declaração à imprensa. Não temos a impressão de que o público estaria interessado em saber que está fluindo água salgada radioativa em Asse II”, afirmou. O lugar, antes uma mina de sal, é o deposito de dejetos nucleares mais antigo da Alemanha. Começou a ser usado com essa finalidade em 1967, com base na hipótese cientifica de que constituía uma estrutura geológica mais adequada para esse tipo de armazenamento.

Mas, em 1988 começaram os vazamentos de água com alta concentração de sal e radioatividade através das paredes da mina. O operador do local jamais informou o público. Oficialmente, a Alemanha tem quatro depósitos para lixo nuclear, Asse II, incluído. Outros dois, Gorleben e Morsleben, também são minas de sal abandonadas, enquanto Schacht Konrad, também na Baixa Saxônia, foi uma mina de ferro.

Até o momento não se encontrou uma solução definitiva para a colocação do lixo nuclear, que permanecem altamente radioativos durante séculos. A França continua depositando milhares de toneladas de resíduos altamente radioativos em seu centro de reprocessamento de La Hague, na costa da Normandia, perto do Canal da Mancha. Na Alemanha, operadores de usinas nucleares utilizam a Gorleben, cerca de 150 quilômetros a noroeste de Berlim, como local de armazenamento “temporário”, até que o governo decida se, por suas características geológicas, é apto como “lixão nuclear” permanente.

Morsleben foi o deposito de materiais radioativos da desaparecida República Democrática Alemã, antes da reunificação do país em 1990. Agora está sendo desmantelado. Asse II é considerado oficialmente um “local de pesquisa”. Em junho passado havia ali 80 mil litros de solução salina radioativa, que supera o limite aceitável de radioatividade em oito vezes. Foram bombeados para um nível mais profundo, mas igualmente cerca de 30 mil litros se infiltrando diariamente.

Na Alemanha, o limite máximo de radioatividade para materiais armazenados a céu aberto é de 10 mil Becquyerel por quilograma. O Becquerel é a unidade que mede a atividade radioativa, como uma desintegração por segundo (uma mudança no núcleo de um átomo não estável, que pode se transformar em outros emitindo partículas). O Césio 137, o elemento químico que deixa radioativa a água salgada de Asse II, ocorre pela detonação de armas nucleares ou como subproduto da atividade das usinas atômicas. O acidente na central de Chernobyl em 1986 lançou esse material na atmosfera.

Par ao Instituto Helmhotz, o Césio 137 detectado em Asse II “perderá sua radioatividade em 90 anos. Até lá, a solução salina que o contém está a 950 metros de profundidade e em condições seguras”, disse Haury à imprensa. Mas, muitos especialistas não estão seguros disso. “Se a solução salina entrar em contato com os dejetos radioativos podem provocar reações químicas incontroláveis”, disse à IPS Rolf Bertram, professoor emérito de física e química da Universidade de Braunschweig.

Para o geólogo Wolfgang Kreusch, os vazamentos em Asse II são razão suficiente para reconsiderar o armazenamento de lixo radioativo em minas de sal. Kreush, assessor cientifico da aldeia de Wolfenbuettel, que fica a menos de 10 quilômetros de Asse II, disse à IPS que “as emissões de calor podem aquecer as paredes rochosas das minas, causar tensões na estrutura de sal e provocar infiltrações”. Isto, acrescentou, é “o pior que pode ocorrer em um local de armazenamento definitivo de resíduos altamente radioativos”.

Os empregados que trabalham em Asse II dizem que e mina está em perigo. Gerd Hensel, gerente de projetos do Instituto Helmholtz, admitiu a moradores da região que alguns pilares da mina podem se quebrar.

(Por Julio Godoy, Envolverde, IPS, 09/07/2008)


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