Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre desmatamento da Amazônia em maio serão divulgados na próxima terça (15), após a conclusão de análise detalhada de 20 áreas consideradas mais "críticas", informou ontem o ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia). "O Inpe vai qualificar as informações", disse.
Por causa do aumento do ritmo de devastação da floresta, detectado desde agosto de 2007, o ministro determinou que o instituto indicasse, nas maiores áreas de mudança na vegetação captadas por satélites, o que corresponde a corte raso de árvores ou a desmatamento.
O sistema Deter, que produz informações mensais sobre o abate de árvores, só capta grandes áreas de devastação e indica áreas totalmente desmatadas ou em processo de degradação. Essas últimas não são contabilizadas nas taxas anuais, captadas entre agosto de um ano e julho do ano seguinte e medidas pelo sistema Prodes, considerado mais preciso.
Em nota, o ministério informou que "para evitar interpretações indevidas", os dados do Deter nos próximos meses serão divulgados assim que forem calculados.
Os dados de maio deveriam ter sido divulgados em junho. Mas a Casa Civil reteve a divulgação para evitar uso político das informações, que indicam a alta do desmatamento após três anos de queda na devastação.
Medida provisória
O Senado aprovou ontem, com 37 votos a favor, 23 contra e 3 abstenções, a medida provisória que aumenta de 500 para 1.500 hectares o limite das áreas que podem ser concedidas sem licitação pela União para uso rural na Amazônia Legal. A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PT-AC) conseguiu convencer a maior parte de sua base a votar contra a MP. A maioria dos tucanos também votou contra. Foram decisivos para a aprovação PMDB e DEM.
(Folha de S. Paulo, 10/07/2008)