A energia produzida a partir da biomassa no Brasil dará um salto de importância na matriz energética no próximo leilão, marcado para 30 de agosto, o primeiro teste de grande porte para o segmento.
Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, mais de 7,8 mil megawatts já foram inscritos para serem ofertados no leilão por usinas de álcool e açúcar, que aproveitam o bagaço da cana para produzir energia termelétrica.
"A bioeletricidade pode sair de uma posição marginal para uma posição de destaque na matriz com esse leilão...pode dobrar a posição dela na matriz", afirmou Tolmasquim a jornalistas nesta quarta-feira.
Ele explicou que apesar da grande oferta, nem todas as usinas inscritas serão habilitadas, e que, em termos de energia firme, ou seja, a que realmente será inserida no sistema, a oferta deve se situar entre 1,5 e 2 mil megawatts.
Atualmente, a bioeletricidade contribui com cerca de 2 mil megawatts na matriz energética brasileira.
"Mesmo assim é muita energia, é como uma usina nuclear", ressaltou Tolmasquim, depois de informar que a EPE integra o comitê que está avaliando os rumos da energia nuclear no país.
Tolmasquim confirmou ainda os leilões de novos empreendimentos de energia nos dias 12 (A-3) e 28 de agosto (A-5), informando que o preço da tarifa sugerida para o primeiro leilão já foi enviada ao Ministério de Minas e Energia e deve ser avaliado pela agência reguladora do setor, Aneel, na reunião da diretoria, na próxima terça-feira.
O leilão A-3 prevê a venda de energia do empreendimento a partir de 2011 e o A-5, a partir de 2013.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 10/07/2008)