O deputado peemedebista Sandro Boka expressou, da tribuna da Assembléia Legislativa gaúcha, a preocupação quanto ao futuro da empresa Ipiranga. No primeiro trimestre deste ano, o complexo apresentou prejuízo de mais de R$ 13 milhões, devido à alta do preço do petróleo.
No dia 5 de junho, foi fechada a fábrica de lubrificantes do grupo, em Rio Grande. "Se o cenário internacional continuar desse jeito, a situação pode se tornar insustentável e a Ipiranga pode vir a fechar", alertou o parlamentar.
Boka cobrou das três empresas responsáveis pelo grupo Ipiranga – Petrobras, Ultra e Braskem – o compromisso que assumiram quando o compraram, no ano passado. "Elas precisam manter os empregos, manter o nome, investir e modernizar os parques industriais para que se tornem viáveis economicamente", explicou.
O deputado disse que a saída para o problema seria a tomada do controle por parte da Petrobrás, que consegue extrair petróleo a um valor que varia entre US$ 40 e US$ 50 o barril. "Isto tornaria a nossa refinaria viável", destacou o parlamentar. Hoje, a produção do local é de 15 mil barris/dia de nafta, para abastecer o Pólo Petroquímico. Esta demanda poderia ser aumentada para 60 mil barris/dia. O retorno para o Estado, em ICMS, ficaria na casa de R$ 1 bilhão. "Seria o valor do déficit do governo do Estado no ano passado", apontou.
Segundo Boka, caso a Ipiranga feche, o Rio Grande do Sul perderá mão-de-obra qualificada. "Temos que defender os mais de 400 postos de trabalho da empresa, as mais de 400 famílias que subsistem dela", sustentou.
O deputado pediu uma grande mobilização para impedir a queda da refinaria, pois "é um patrimônio dos gaúchos e do Brasil, por ter sido a primeira do país". "Como nós lutamos dia a dia para tentar sanear a máquina pública, para tentar acabar de uma vez por todas com o déficit do Estado, é inadmissível que deixemos que este grupo desapareça", salientou o parlamentar.
(Por Celso Bender, Agência de Notícias AL-RS, 09/07/2008)