Os investimentos em tecnologias limpas atingiram um recorde global no último trimestre, com US$ 2 bilhões investidos em empresas do tipo. O grupo Cleantech, que promove investimentos em negócios ecológicos, disse que a indústria está desafiando tendências de quedas no setor de venture capital - empresas que realizam investimentos de alto risco.
"A indústria de tecnologias limpas está apenas começando e empresas de venture capital vêem um potencial real de retorno", diz o diretor de pesquisas do Cleantech, Brian Fan. Um relatório do Cleantech identificou 96 investimentos globalmente. Com a escalada nos preços dos combustíveis, as empresas mais beneficiadas pela nova onda de investimento têm sido as de energia solar e de bicombustíveis de segunda geração.
"Os dados mostram um apetite cada vez maior por tecnologias limpas que podem substituir o carvão na geração de eletricidade e o petróleo como forma de combustível com o objetivo de resolver problemas globais", afirma Fan.
Grande fluxo
A empresa Foundation Capital, com sede no Vale do Silício, ficou em segundo lugar na lista de empresas de venture capital que mais investem em tecologia limpa. "Nos úlitmos 12, 18 meses, tem havido um grande fluxo de investimento. O setor promete ser um grande mercado com investimentos com chances de crescer para um montante entre US$ 6 trilhões e US$ 20 trilhões nos próximos 20 anos", afirma Steve Vassallo, principal investidor do grupo.
Mas ele afirma que com a pressa em investir vêm também os riscos. "Há muito dinheiro entrando em setores como biocombustíveis e energia solar e, na verdade, há poucas empresas confiáveis. Por isso, Vassallo disse à BBC que a empresa prefere investir em empresas que usam tecnologia para fazer com que os recursos atuais funcionem de maneira mais eficiente.
Bay Area
Segundo o documento preparado pela Cleantech, quase três quartos dos investimentos feitos no último trimestre foram realizados nos Estados Unidos, com a região californiana de Bay Area atraindo 40% desse montante. "Na região de Bay Area, há veteranos que sabem como criar empresas e trazer ao mercado, com sucesso, novas tecnologias", disse Fan. Empresas européias, especialmente na Grã-Bretanha, receberam 13% dos investimentos, seguidas das chinesas, com 12%.
(BBC, Ultimo Segundo, 09/07/2008)