Novo presidente do Sinduscon pede mudanças na legislação ambiental e redução na burocracia municipal
O engenheiro civil Francisco Maurício Jauregui assumiu ontem a presidência do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Joinville (Sinduscon - Joinville). Com 20 anos de experiência no segmento, ele vai comandar a entidade pelos próximos dois anos. Jauregui avalia que seu principal desafio será tentar um ajuste com a prefeitura para que as leis que regem o segmento sejam claras e proporcionem mais agilidade aos processos. "Temos de ter condições para investirms com segurança."
Entrevista - FRANCISCO JAUREGUI, NOVO PRESIDENTE DO SINDUSCON/JOINVILLE
A Notícia - A grande oferta de crédito na construção civil e o boom atual podem levar a uma onda de inadimplência?
Jauregui - A situação do crédito ainda não é a ideal para o setor. Existe dinheiro para quem quer comprar, mas o disponível para quem quer produzir não é suficiente. As empresas de construção não têm crédito para comprar um galpão, um caminhão. Existe a possibilidade de inadimplência, mas não vemos isto como um grande problema.
AN - Como neutralizar ou diminuir os impactos ambientais causados pela expansão do mercado imobiliário?
Jauregui - Um dos grandes problemas é a legislação atual. Um dos absurdos é que se aplica nas áreas urbanas o Código Florestal que durante muitos anos serviu apenas para as zonas rurais. Estaremos inviabilizando o município se continuarmos usando este código. Para melhorar é preciso ter uma legislação clara e moderna.
AN - Como é a relação das construtoras com a Prefeitura? Existe muita burocracia para retirar alvarás ou fazer consultas?
Jauregui - As condições de infra-estrutura precisam melhorar. O sistema está ultrapassado e os computadores devem ser modernizados. Esperamos que o próximo prefeito tenha isso como uma grande meta.
AN - Como o Sinduscon avalia as mudanças de zoneamento, como no caso do novo shopping?
Jauregui - As mudanças são necessárias em algumas situações. O plano e a lei de zoneamento devem ser dinâmicos e se adaptar à necessidade da cidade. É necessário ter uma segurança jurídica para quem constrói. Os projetos que foram aprovados antes da mudança devem chegar até o fim. As regras podem mudar daqui para frente, mas aquilo que já foi aprovado deve ser mantido.
(Por Ana Fanton, A Notícia, 09/07/2008)