Projeto que atinge 22 municípios permanece por pelo menos mais um ano
O cultivo de girassol destinado à produção de biodiesel vai ser desenvolvido por pelo menos um ano em 22 municípios do Vale do Rio Pardo. A confirmação ocorreu ontem, quando foram divulgados os números da safra 2007/2008.
Com uma produtividade cerca de 5% menor do que a verificada na primeira colheita, a oleaginosa rendeu 1,5 mil quilos por hectare. O volume está dentro das projeções apresentadas na época de lançamento do projeto. Na primeira plantação foram obtidos 20.097 quilos de sementes que resultaram em 6,2 mil litros de biodiesel, já em uso pelos agricultores participantes. Com os grãos da safra passada será feito o mesmo procedimento. As sementes serão esmagadas para extração do óleo vegetal e em seguida haverá fabricação do biodiesel, com posterior repasse aos produtores rurais. A torta (massa que sobra da prensagem dos grãos) é reservada para a alimentação dos animais.
Previsto para durar três anos o projeto vem sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), e conta com recursos captados junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Por meio dele, desde 2006 foram escolhidos fumicultores de 22 cidades para o cultivo de lavouras com em média 1 hectare de girassol.
Pela proposta serão realizadas análises quanto à viabilidade da planta como forma de complementar a renda dos agricultores familiares. Segundo o vice-presidente da Afubra, Heitor Petry, não há interesse em trocar o fumo pelas flores. “Queremos apenas encontrar uma forma de diversificação e complementar a renda das famílias”, ressaltou.
A continuidade do projeto chegou a ficar ameaçada, pois o governo federal repassou o dinheiro prometido somente no segundo ano de plantio. Para 2008/2009 o custeio das plantações deve ser feito pela Afubra. A Unisc seguirá com os estudos de viabilidade técnica e operacional. Conforme Petry, a partir desse trabalho vai ser possível obter indicadores quanto ao rendimento e viabilidade da planta oleaginosa na região produtora de tabaco.
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 09/07/2008)