Esculturas são o passatempo de Luiz Carvalho quando ele não está no rio pescando. As obras surgem da observação do ambiente
- Transformar simples galhos de árvore em esculturas de madeira é o que o pescador Luiz Carvalho (58) mais gosta de fazer. Há cerca de três anos surgiu a vontade de criar animais por meio do artesanato. Durante as pescarias, Carvalho ficava observando os galhos e troncos de árvores jogados pelo rio. Ele explica que não sabe de onde vem esse dom de inventar. "Apenas vejo restos de madeira e penso em que posso transformar", diz, animado. Ele tem várias peças em casa, cerca de 50 já concluídas. "Eu me preocupo só com o lugar que vou guardá-las, pois estão espalhadas por todos os cômodos da casa." Até hoje o pescador só vendeu uma escultura que confeccionou, pois as pessoas não conhecem seu trabalho. "Um senhor encomendou uma bengala; foi a única peça que vendi."
Os materiais utilizados para fazer uma escultura são madeira, verniz e canetas coloridas, quando necessário. Entre os animais se destacam as bengalas que Luiz acredita que seja o que tem mais saída, mas ele doa essas peças. "Eu queria que as pessoas conhecessem meu trabalho. O meu objetivo não é enriquecer e sim ser reconhecido pela minha criatividade." Carvalho explica que gostaria de comercializar alguns itens para ajudar nas despesas da casa, mas há várias esculturas que não venderia por preço algum. Com seu canivete e muita habilidade, faz tudo aquilo que acha bonito na natureza. Ele comenta que tem que procurar muito para obter o material certo quando quer fazer alguma coisa específica, mas salienta que é uma alegria quando encontra. "O mais interessante é quando eu acho que não vou encontrar e quando menos espero me deparo com o galho perfeito para meu trabalho", observa. "O mais fácil de fazer são as botinhas decorativas." Ele afirma que para sair um bom resultado tem que se dedicar muito e ter acima de tudo muita paciência e criatividade. Interessados em conhecer o produto elaborado por Luiz entre em contato pelo 9866-3323.
(O Informativo do Vale, 09/07/2008)