Os países industrializados do G8 estiveram reunidos com as economias emergentes (G5) no Japão e acordaram uma “visão comum” sobre o problema das alterações climáticas mas não chegaram a fixar nenhuma meta para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Os líderes afirmaram uma “visão comum” sobre a necessidade de agir contra os gases com efeito de estufa mas não definiram um calendário nem metas concretas.

“As principais economias desenvolvidas devem adoptar (...) objectivos nacionais a médio prazo para reduzir radicalmente as emissões”, refere uma declaração conjunta. O G5 dos países emergentes (China, Índia, Brasil, África do Sul, México), a Austrália, Indonésia e Coreia do Sul associam-se aos esforços das grandes potências económicas do G8. Estas 16 economias representam mais de 80 por cento das emissões mundiais.

Ontem, o G8 (Japão, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Rússia) acordou reduzir as emissões em 50 por cento até 2050, em relação aos níveis actuais. Mas esta formulação de intenções foi considerada “insuficiente” pelo G5. Estes países pedem aos “países desenvolvidos para darem o exemplo” reduzindo as suas emissões entre 25 a 40 por cento em 2020, em relação a 1990, e de 80 a 95 por cento em 2050.

A Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas atesta a “responsabilidade histórica” das nações industrializadas desde o final do século XIX no sobre-aquecimento do planeta. “É um pequeno passo em frente”, comentou Phil Clapp, responsável pelo Clima no centro americano de investigação e estudos ambientais Pew Center. “Pelo menos, todos os países estão de acordo para que o novo tratado internacional inclua objectivos de redução a longo prazo. Mas os países em desenvolvimento esperam bem mais do que aquilo que o G8 está disposto a dar”.
 
(Ecosfera, 08/07/2008)