(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis
2008-07-09

A Grã-Bretanha irá desacelerar sua adoção de biocombustíveis em meio a temores de que o produto pode causar aumento nos preços dos alimentos e prejudicar o meio ambiente, segundo a ministra do Transportes britânica, Ruth Kelly. Kelly disse que os biocombustíveis têm potencial para ajudar a cortar as emissões de dióxido de carbono, mas afirmou que "há cada vez mais questões" sobre eles.

"Nós temos de proceder com cuidado até que tenhamos certeza de que o aumento da produção e do uso de biocombustíveis tem mais benefícios do que riscos ao nosso planeta", afirmou Kelly. Ela disse aos parlamentares britânicos que o aumento "descontrolado" do cultivo de produtos usados na fabricação de biocombustíveis pode destruir as florestas tropicais.

Um relatório feito a pedido do governo britânico recomenda que a política de biocombustíveis seja "modificada, não abandonada." O Partido Conservador, de oposição, disse que a política do governo tem de mudar imediatamente.

Relatório
Uma equipe de especialistas, liderada pelo chefe da Agência de Combustíveis Renováveis Ed Gallagher, analisou o impacto da política de energia no uso da terra. O relatório recomenda que os biocombustíveis sejam introduzidos mais lentamente do que o planejado até que existam mecanismos de controle que evitem o aumento no preço dos alimentos e a mudança no uso da terra atualmente dedicada à agricultura ou a florestas.

O documento prevê que a manutenção das atuais políticas pode fazer, por exemplo, com que os preços dos grãos subam 15% e os do açúcar, 7%, na União Européia. Os especialistas também estimam que mais 10,7 milhões de pessoas na Índia podem acabar na pobreza por causa da alta no preço dos alimentos, e milhares podem ser afetados em países como Quênia, Malauí, Bangladesh e Brasil, onde 180 mil podem ser afetados.

Gallagher ressaltou que os dados não levam em conta o impacto que a mudança climática pode ter nas pessoas pobres se os biocombustíveis não forem introduzidos ou o benefício que eles poderiam ter nas economias rurais ou no preço do petróleo. O relatório também recomenda que a produção de biocombustíveis seja concentrada em terras ociosas ou marginais e no uso dos chamados biocombustíveis de segunda geração, feitos com restos das plantas, para evitar competição com a produção de comida.

Etanol do Brasil
O relatório faz referências positivas e negativas à produção de etanol no Brasil. Ao analisar o impacto que o biocombustível tem no uso da terra, por exemplo, o documento diz que "organizações ambientais têm enfatizado vários exemplos do efeito indireto dos biocombustíveis", entre eles, "a expansão da cana-de-açúcar no Brasil, em parte para a produção de biocombustível, levando ao deslocamento de gado e a um desmatamento acelerado da Amazônia."

O relatório afirma também que a produção de soja na América Latina e na América do Sul tem crescido em consequência do aumento da produção de milho destinado ao biocombustível e redução do cultivo de soja nos Estados Unidos. Ao recomendar o uso de terras marginais para a produção de biocombustível, o estudo afirma que, no caso do Brasil, é possível "liberar terras de pastagens (para a produção de cana) ao intensificar a atual baixa densidade de cabeças de gado por hectare."

Por outro lado, o documento ressalta que a produção de etanol do Brasil tem obtido um dos melhores resultados no que diz respeito à redução de emissão de gases de efeito estufa. O governo brasileiro tem defendido repetidamente que o etanol do país não faz pressão sobre o preço dos alimentos, entre outros motivos porque ainda existem muitas áreas livres para onde a produção por ser expandida.

(BBC Brasil, Ultimo Segundo, 08/07/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -