Relato é feito por diretores do Inpa a deputado acreano durante reunião com a direção do instituto, em Manaus Em visita ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) o deputado Fernando Melo (PT-AC) ouviu um desabafo do diretor Adalberto Luiz Val: a pesquisa na Amazônia está nas mãos de estrangeiros. Melo é membro da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e tem visitado centros de ciência e tecnologia, em busca de apoio ao resgate à mandiocultura no Acre e na Amazônia.
Val e o coordenador de Extensão do Inpa, Carlos Roberto Bueno, mostraram as instalações do instituto à comitiva do deputado. O diretor foi receptivo ao projeto sócio-mandioqueiro acreano proposto por Melo e disse que o Inpa está disposto a ajudar no que for possível. "O projeto está dentro daquilo que se pensa para a Amazônia, que é preservá-la e utilizá-la de forma racional. Até agora, houve avanço no monitoramento da floresta, mas pouco foi feito pela questão social, pelas populações tradicionais”, afirmou.
Pouco investimentoVal também forneceu dados importantes, segundo os quais o País não dá o valor que a Amazônia merece. Segundo ele, 70% das informações que se têm da região são resultantes de pesquisas feitas por estrangeiros. A Amazônia produz 10% do PIB do Brasil, no entanto, só recebe 2% das riquezas que produz para investimentos em pesquisa.
Faltam pesquisadores. O Inpa, por exemplo, possui duzentos profissionais e destes, 90% têm idade igual ou superior a 50 anos. O instituto quer fortalecer sua atuação no Acre, onde possui uma unidade. Mas depende de autorização para contratar pessoal. Os pesquisadores que atuam no Estado são deslocados de Manaus para Rio Branco, onde ficam apenas por determinado período.
Também foi discutida no encontro a possibilidade de o INPA, com o apoio do gabinete do deputado FM, promover audiência pública com o objetivo de fortalecer a sua presença no Acre. O deputado esteve na Coordenação de Pesquisa em Ciências Agronômicas, onde foi recebido pelo doutor Newton Paulo de Souza Falcão Jr, que é o coordenador. Outros pesquisadores também participaram da conversa.
(Agência Amazônia,
FGV, 08/07/2008)