As populações dos municípios de Brazópolis, Cachoeira de Minas, Maria da Fé, Piranguçu e Piranguinho, no Sul de Minas, terão a oportunidade de conhecer e debater o projeto de construção de um sistema de barramentos para a contenção de enchentes, ao longo do curso do Rio Sapucaí. A pedido do deputado Almir Paraca (PT), será realizada uma audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização em Brazópolis, na próxima quarta-feira (09/07), às 10 horas, no Clube Wenceslau Braz (Praça Sagrados Corações, 67).
"Alguns administradores públicos municipais têm buscado informações junto ao nosso mandato, trazendo a preocupação de seus munícipes com relação ao empreendimento, que causará grandiosos impactos ambientais, sociais e econômicos na microrregião, sem a certeza de que solucionará os problemas vividos pelos municípios de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre, beneficiários diretos da intervenção no curso do rio", justifica o parlamentar, no requerimento da reunião. Segundo informações de sua assessoria, a última grande enchente registrada na região ocorreu no ano de 2000.
Na época, o resultado da chuva, que durou aproximadamente 72 horas e fez o rio transbordar, foi uma vazão de 580 metros cúbicos por segundo, "contrastando com a vazão normal de 11 metros cúbicos por segundo, o que elevou o nível do rio em nove metros. O saldo deixado pelo fenômeno foi de cinco mortes, 1.600 desabrigados e 20 mil residências atingidas".
Histórico
O tema já foi discutido na Assembléia. "Em novembro de 2003, a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais desta Casa, sob a presidência da companheira Maria José Haueisen e atendendo solicitação do também companheiro, ex-deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, Laudelino Augusto, reuniu-se em Itajubá", lembra Paraca. Na época, foi discutido um projeto que pretendia debelar as enchentes recorrentes. A construção de barragens de pequeno porte ao longo do rio chegou a ser apresentada como uma das alternativas, além da revitalização das margens e da mata ciliar, o reflorestamento e a instalação de um sistema de alarme de enchentes.
A Copasa tem um projeto para a construção de quatro barragens de contenção. O estudo foi apresentado à Universidade Federal de Itajubá. Os avaliadores manifestaram-se contrários ao projeto, dizendo ser necessário pensar em outras alternativas antes de se falar na construção de barragens, como o reflorestamento, o controle da ocupação do solo e a revitalização das encostas como alternativas para se evitar novas enchentes, como a de 2000. Inúmeras reclamações foram registradas, dentre elas, a falta de detalhamento do projeto e o fato de os membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí não terem sido consultados durante a sua elaboração.
Convidados
Foram convidados a participar da audiência o prefeito de Conceição das Pedras e presidente da Amasp, Sebastião Edicácio Raimundo; o reitor da Universidade Federal de Itajubá, Renato de Aquino Faria Nunes; o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o diretor-presidente da Copasa, Márcio Augusto Vasconcelos Nunes; o presidente da Fundação João Pinheiro, Ricardo Luís Santiago; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, Renato de Oliveira Aguiar.
(Ascom AL-MT, 07/07/2008)