O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta terça-feira (08) a Sapporo, na ilha de Hokkaido (norte do Japão), para participar da cúpula ampliada do G8 --grupo dos oito países mais ricos do mundo e a Rússia.
Após descansar no hotel por algumas horas, Lula manterá reuniões bilaterais com os presidentes Felipe Calderón (México), Hu Jintao (China) e Lee Myung-Bak (Coréia do Sul), disse um diplomata brasileiro.
O Brasil integra o G5 --ao lado de México, China, Índia e África do Sul-- e foi convidado para a sessão ampliada do G8 sobre a mudança climática, na quarta-feira.
Os líderes do G5 se reunirão na tarde desta terça, durante duas horas, na cidade de Sapporo, 150 km de Toyako, onde ocorre a Cúpula do G8, antes de conceder uma entrevista coletiva.
Da sessão ampliada do G8 sobre o clima participarão ainda os líderes de Austrália, Indonésia e Coréia do Sul; e os chefes do Banco Mundial, ONU, Agência Internacional de Energia e OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos).
Álcool
No encontro, Lula defenderá o álcool brasileiro e pedirá aos países industrializados que assumam mais responsabilidades diante do aquecimento do planeta.
"O Brasil não aceitará este argumento de que o álcool provoca a inflação dos alimentos. Estou indo ao Japão, à reunião do G8, apenas para isto", afirmou Lula no Brasil, antes de partir.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira que o G8 analisará a meta de que "nenhum alimento seja substituído por biocombustíveis". "O objetivo é trabalhar em uma segunda geração de biocombustíveis, e isto deve refletir no documento" final da Cúpula.
André Amado, embaixador do Brasil no Japão, destacou que "os biocombustíveis são decisivos no combate ao aquecimento global (...). Tudo isto, como demonstra a experiência brasileira, sem colocar em risco a área agrícola reservada à produção de alimentos ou a floresta tropical".
Em uma carta divulgada nesta terça, as principais associações de produtores de álcool combustível de Brasil, Canadá, Estados Unidos e Europa exigiram dos chefes de Estado e de governo do G8 que considerem os biocombustíveis como parte da solução para a "dependência mundial do petróleo".
Os produtores pediram a adoção de uma "postura de longo prazo em relação aos biocombustíveis para reduzir a demanda e a acentuada alta dos preços dos derivados de petróleo", informou a União Industrial de Cana-de-Açúcar do Brasil (Unica).
A carta conclui que os "biocombustíveis são parte de uma ampla solução à dependência mundial do petróleo, um recurso que muitos acreditam estar no final".
(France Presse, Folha Online, 08/07/2008)