A empresa MultiTrans Transportes e Armazéns Gerais, de Paranaguá, no Litoral do estado, foi multada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), nesta segunda-feira (7), por manter a céu aberto material usado para a produção de fertilizantes. Na tarde de domingo (6), o peso do produto teria provocado um deslocamento de terra que derrubou três casas em um terreno vizinho.
A chefe do escritório regional do IAP em Paranaguá, Noele Saborido, explicou à Agência Estadual de Notícias que, apesar de não ter provocado impacto ambiental, a empresa foi autuada por cauda da reincidência na disposição inadequada de resíduos. “A primeira multa foi emitida em 2005, no valor de R$ 8 mil. Em janeiro deste ano, identificamos novamente o depósito irregular e a autuação subiu para R$ 16 mil. Hoje, terceira vez em que flagramos o mesmo problema na empresa, a atuação chegará a R$ 32 mil”, afirmou.
O deslocamento de terra também derrubou muros, destruiu o meio-fio e a rede de água
A pressão exercida pela movimentação das 10 mil toneladas de rocha fosfática pode ter feito com que o terreno da empresa cedesse e, em outros pontos, o solo fosse levantado em quase um metro. Por cauda dos prejuízos causados às ruas da cidade, o secretário municipal do Meio Ambiente, Paulo Emmanuel Nascimento, adiantou que a empresa será responsável pela reestruturação da via pública.
Segundo o tenente Romero Nunes da Silva Filho, do Corpo de Bombeiros, 18 moradores foram retirados rapidamente antes do desabamento. Ninguém ficou ferido. Uma quarta casa foi afetada pelo deslocamento de terra e teve de ser interditada. Encanamentos e parte da rede elétrica também foram danificados pelo deslizamento, e, ao todo, 23 residências ficaram sem água e luz até o final da manhã desta segunda-feira.
O pedreiro Hélcio de Paula estava dormindo quando o chão da casa tremeu. “Começou a desmoronar a casa de repente. Aí me acordaram, senão morria dormindo”, contou em entrevista ao telejornal ParanáTV 2ª edição. Outros moradores disseram que não querem mais voltar para o local.
O gerente da empresa, Roberto Silva Rosa, afirma que o produto estava armazenado no local há cerca de uma semana. Ele afirma ainda que esta foi a primeira vez que o local foi utilizado para o armazenamento do produto. Segundo Rosa, o material já está sendo retirado do terreno. A empresa está pagando hotel para alojar as famílias prejudicadas e assumiu os custos com a reconstrução das casas.
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Gazeta do Povo, 08/07/2008)