Aos diretores e ambientalistas:A partir de suspeitas que se criaram pelo tipo de filmes que foram premiados no Festival Internacional de Cinema Ambiental de Goiás, onde nenhum se referia à problemática ambiental fundamental na América Latina e Brasil, que é a da monocultura transgênica, e onde foram censurados pelo menos dois filmes que abordavam esta temática, iniciamos uma investigação que nos levou a deduzir que o Festival de Goiás é um álibi entre o Governo do Estado de Goiás em acordo com a multinacional de agronegócios de origem suiça Syngenta.
Em Goiás, Syngenta tem 63 empreendimentos de pesquisa e experimentação com convênios com o Estado. Existem acordos para a exploração de transgênicos no território. Esta multinacional foi denunciada pelo MST e Via Campesina por desalojamentos massivos e pelo assassinato de pelo menos 19 camponeses que ocuparam uma fábrica de experimentação biológica. Syngenta também sofre acusações internacionais pela sua prática em Angola.
Segundo fontes confiáveis da cidade de Goiânia, uma parte do Festival foi sustentada pela Syngenta, mas de forma sigilosa. Além disso, estas fontes agregam que a manobra de censura foi realizada com a cumplicidade do cineasta João Batista de Andrade, que pôs seu prestigio a serviço deste boicote aos diretores e ao público.
Convocamos a todos os documentaristas e cineastas do Brasil a iniciar uma investigação apropriada para desmascarar tanto Syngenta como o Governo de Goiás e a todas as pessoas envolvidas, incluindo diretores, professores e jornalistas da organização e o júri oficial do Festival.
João Batista de Andrade foi presidente do Júri. Os outros membros envolvidos na censura são: André Trigueiro, Evaldo Mocarzel e Laerte Guimarães.
NotaAqui vai um exemplo de compra de consciência por parte da
Syngenta no Brasil. A Syngenta oficializa neste mês, o repasse de R$ 23.400,00 para o Instituto de Assistência a Menores (IAM) por meio do Fundo Municipal da Criança e Adolescente do município de Rio Verde, Goiás. A contribuição será destinada ao projeto "Mãos Dadas", que tem como principal objetivo a construção de uma unidade escolar para atender 180 crianças, de quatro a 12 anos, no bairro de Santa Cruz.
(Texto recebido por e-mail, 03/07/2008)