Técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do Estado, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) permanecem no trabalho de captura e coleta de material de aves migratórias vindas da Patagônia. A equipe é composta por quase dez técnicos e está acampada na localidade de Granja Mirim, no Taim. Entre eles, está uma chilena do Sistema Nacional de Anilhamento naquele país e que acompanha o trabalho dos brasileiros. Já foram feitas 185 coletas.
De acordo com o biólogo e analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres (Cemave), vinculado ao Ibama, Isaac Simão Neto, é feita a captura e a marcação das aves com anilhas. “Estamos fazendo o monitoramento das populações das aves, que podem ser influenciadas por condições ambientais - que vêm do sul do continente em busca de alimentação - ou indício de alguma doença, o que ainda não ocorreu no Brasil”, explicou. Essas aves podem carregar o vírus da influenza aviária sem adoecer, o que pode provocar a transmissão da doença às demais aves.
Os técnicos do Mapa fazem o recolhimento de sangue e secreção de traquéia e cloaca para, entre outras análises, a detecção de gripe aviária. Entre as principais espécies analisadas estão o marrecão, marreca-caneleira e outras duas de frango d’água.
A coleta de sangue servirá para análises na Secretaria de Saúde do Estado sobre as doenças que podem ser transmitidas pelas aves ao ser humano. Já a do Mapa avalia o risco de doença aos animais e serão processadas no laboratório do órgão na cidade de Campinas, interior de São Paulo, enquanto o material a ser avaliado pela Cemave deve seguir para o Pará.
Questionário
Além da captura e coleta de material, os técnicos responsáveis pelo monitoramento visitaram 140 propriedades no Taim para analisar o contato dos moradores locais com as aves domésticas e migratórias. De acordo com o fiscal do Mapa, Fábio Amaral, esses questionários serão enviados ao professor Luiz Gustavo Corbelini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Ele deverá avaliar o risco da entrada de gripe aviária”, afirmou.
(Diário Popular, 08/07/2008)