Os adeptos das práticas esportivas na Bacia do Cubatão reclamam que foram surpreendidos pela notícia da instalação das seis usinas. Uma delas com 22 metros de altura. Para eles, ainda que sejam Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), a presença das máquinas e turbinas irá causar impacto ambiental e alterar a vida das comunidades. Estima-se que 180 mil metros de Mata Atlântica irão desaparecer.
Os esportistas temem que atividades desenvolvidas na região como rafting, rapel, trilhas, vôos, expedições nas matas e nas águas dos rios sejam prejudicadas. Outra preocupação é com as águas termais e suas funções terapêuticas, consideradas, segundo pesquisas, como uma das melhores do planeta. Suspeitam que o uso de dinamites para explosão de rochas mexa com as camadas inferiores e provoquem o deslocamento de placas subterrâneas, alterando a qualidade das nascentes.
O movimento Rio Cubatão Vivo lidera as manifestações. Os ativistas defendem que o mesmo faz parte da sustentabilidade de toda Grande Florianópolis, e que já sofre com degradações. A bacia é responsável pelo abastecimento de cerca de 500 mil moradores da região.
- O projeto mostra que trechos dos rios serão secos, outros alagados e que a mata ciliar vai desaparecer em vários pontos - observa Carlos Eduardo, de uma empresa de rafting.
Para Carlos, o famoso Salto do Cubatão, com uma vazão média de 12 metros cúbicos por segundo, irá desaparecer. O mesmo passará a ter um fio de água chamado de vazão sanitária, que corresponde a dois metros cúbicos por segundo.
Dia 23, às 19h, vai ser realizada uma audiência no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Amaro da Imperatriz. O objetivo, explica Carlos Eduardo, é fazer com que a comunidade possa acompanhar o desenrolar dos processos.
(Diário Catarinense, 07/07/2008)