Comando da companhia vai se encontrar com promotora
Chegou ao primeiro escalão do governo do Estado a crise enfrentada pela Corsan de Santa Cruz do Sul. A autarquia arrecada mais de R$ 1 milhão por mês no município e mesmo assim não consegue fazer com que a água chegue diariamente a seus 38,6 mil clientes. As reclamações de desabastecimento não param, assim como os vazamentos na rede. O quadro já levou a Prefeitura a denunciar o contrato com a companhia, impedindo a renovação automática em 2009.
Nesta sexta-feira o Ministério Público (MP) instaurou dois inquéritos civis para tratar do assunto. Um sobre a histórica falta d’água em pontos do Bairro Esmeralda e outro para apurar a crise no abastecimento da cidade. Durante o fim de semana a promotora de Defesa Comunitária, Roberta Brenner de Moraes, conversou com o secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Marco Alba. Ela é a responsável pelos inquéritos e ele pela Corsan.
Segundo a promotora, hoje ela volta a conversar com Marco Alba para agendar uma reunião ainda para essa semana. Do governo deverão participar o secretário e a presidência da companhia. Roberta disse que Alba demonstrou preocupação com o quadro e o interesse de encaminhar uma solução imediata. “O governo acenou que pretende buscar soluções para os problemas. E o mais rápido possível”, comentou a promotora.
Mesmo assim, a Promotoria de Defesa Comunitária dará andamento aos inquéritos. Para o começo da manhã de hoje está marcada uma audiência do gerente local da Corsan, Paulo Stein. Desde o agravamento da crise, há pouco mais de uma semana, ele vem argumentando que, com a forte pressão da água, as redes acabam se rompendo. No Centro há mais de 20 quilômetros de tubulação obsoleta, que conforme a própria companhia precisaria ser substituída com urgência. A intenção do MP é firmar um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a Corsan, que se comprometeria a solucionar o problema.
(Por Igor Müller, Gazeta do Sul, 07/07/2008)