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biocombustíveis
2008-07-07
O Banco Mundial (Bird) deixou vazar para o jornal britânico The Guardian um documento devastador para os biocombustíveis, precisamente a menina-dos-olhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tema permanente de sua pregação internacional. A reportagem é de Clóvis Rossi na Folha de S.Paulo, 05-07-2008.

O documento, de autoria de Dan Mitchell, economista-sênior da entidade, responsabiliza os biocombustíveis por 75% do aumento nos preços de alimentos no mundo, no pressuposto de que os agricultores estão preferindo desviar grãos da alimentação humana para o abastecimento de automóveis, assim como destinam terras de plantio para a produção de combustível.

O cálculo de 75% supera, com muita folga, todas as estimativas feitas até agora a respeito do impacto dos biocombustíveis na alta de preços da alimentação. O governo americano diz que é de apenas 3%. Por isso, informa The Guardian, o estudo do Banco Mundial não havia sido divulgado até agora, para não embaraçar o presidente George Walker Bush.

Já a FAO e o FMI usavam 10% e 30%, respectivamente, como a fatia dos biocombustíveis na chamada "agflação". O presidente Lula tem negado sistematicamente, com a maior veemência, que os biocombustíveis influam na alta de preços agrícolas. Na cúpula da FAO, chegou a dizer: "É com espanto que vejo tentativas de criar relação de causa e efeito entre os biocombustíveis e o aumento do preço dos alimentos. (...) Vejo com indignação que muitos dos dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e carvão", numa clara insinuação de que são as petrolíferas as que conspiram contra a reputação do álcool.

O embaixador Everton Vargas, principal negociador brasileiro para a reunião que o G5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul) manterá com o G8 em Hokkaido, lembra que, "graças aos biocombustíveis, o país evitou o consumo de 1 milhão de barris/dia de petróleo. Se os tivesse demandado, obviamente colocaria mais pressão sobre o preço do petróleo".

Quanto ao preço dos alimentos, diz o embaixador: "O Brasil tem uma experiência singular nessa área, experiência de 30 anos. Fez uso do biocombustível ao mesmo tempo em que se tornou uma superpotência agrícola. Não ameaça portanto a segurança alimentar".

O problema para o álcool brasileiro, feito de cana-de-açúcar, é que ele tem aparecido sempre ao lado do norte-americano, derivado do milho, e, este sim, responsável pelo desvio de terras e/ou do próprio grão para biocombustível.

Tanto é assim que o relatório do Banco Mundial diz que, "sem o aumento da produção de biocombustíveis, os estoques globais de trigo e milho não teriam declinado de maneira apreciável e os incrementos de preços devidos a outros fatores teriam sido moderados". Ou seja, o documento fala em grãos que o Brasil não usa para produzir o seu álcool.

Essa distinção foi captada, por exemplo, pela Oxfam, respeitado órgão internacional de promoção do desenvolvimento e de luta contra a fome, embora ele denuncie que os biocombustíveis "levarão 30 milhões de pessoas à fome". Ressalva, no entanto: "Os países ricos gastaram até US$ 15 bilhões em 2007 para apoiar os biocombustíveis, bloqueando o mais barato álcool brasileiro, que é muito menos daninho para a segurança alimentar global".

No G8, pelo menos o anfitrião, o Japão, concorda com a ressalva. "O álcool derivado da cana-de-açúcar é melhor do que qualquer outro disponível no mundo", disse à Folha Tomohiko Taniguchi, subsecretário de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores japonês.

(Instituto Humanitas Unisinos, Folha, 07/07/2008) 

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