A "Caravana do São Francisco", uma iniciativa de 12 representantes de movimentos sociais e especialistas ambientais, percorreu em 2007 11 capitais com o objetivo de mobilizar políticos, entidades de classe, estudantes e a sociedade civil contra o projeto de transposição do rio São Francisco, elaborado pelo Governo Federal. Na próxima quarta-feira (09/07), a Cipe São Francisco, comissão que reúne parlamentares de cinco Estados, recebe o presidente do Comitê da Bacia do São Francisco, Antônio Thomaz da Matta Machado, e o coordenador do Projeto Manuelzão, Apolo Heringer Lisboa, para conhecer e discutir as propostas da Caravana. A reunião será no Plenarinho IV, às 14h30, e acontece a requerimento dos deputados Gil Pereira (PP), Fábio Avelar (PSC), Ruy Muniz (DEM), Almir Paraca (PT) e Antônio Carlos Arantes (PSC).
No último dia 18 de março, Apolo Heringer Lisboa defendeu uma solução conciliatória para o impasse entre governo e ambientalistas. Segundo ele, as cidades de Pernambuco e da Paraíba poderiam ser abastecidas por um eixo que retiraria 9 m³ por segundo de água do Velho Chico. Por outro lado, o eixo Norte previsto pelo projeto seria definitivamente cancelado.
O Governo Federal prevê uma transposição da ordem de 60 m³ por segundo, por meio de dois canais, com extensão total de 700 km para abastecer açudes e pequenos rios de diversos Estados nordestinos. A proposta está orçada em R$ 2 bilhões.
A principal polêmica em relação à transposição está no destino da água a ser desviada do rio. Enquanto os defensores da proposta argumentam que ela será usada para uso humano e dessedentação animal, quem se manifesta contrariamente diz que o objetivo do governo é oferecer água para a agroindústria e para a criação de camarões. Os opositores reivindicam a revitalização do São Francisco antes de qualquer obra de transposição.
(Ascom AL-MG, 04/07/2008)