O senador João Pedro (PT-AM) defendeu em Plenário, nesta sexta-feira (04/07), a elaboração de legislação específica para a Amazônia que inclua a regulamentação do acesso à terra e trate da questão indígena. Em sua opinião, o Brasil precisa conhecer a Amazônia para defender "sua maior riqueza, que é o bioma", especialmente no que se refere aos fármacos.
Com essa finalidade, afirmou o senador, é importante a criação da Universidade Pan-Amazônica, conforme prevê projeto de sua autoria (PLS 662/07), que foi aprovado por unanimidade, em decisão terminativa, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). De acordo com a proposta, a universidade teria sede em Manaus e serviria como instrumento para "dominar a Amazônia".
João Pedro disse ser fundamental a presença do Exército nas áreas de fronteira, bem como a implantação de infra-estrutura. Ele também defendeu o conhecimento da Região Amazônica - que inclui áreas em outros países da América do Sul - por meio da ciência e da tecnologia. O senador informou ainda que o projeto foi encaminhado à apreciação da Câmara dos Deputados e disse que pretende acompanhar as discussões naquela Casa para que a matéria "seja rapidamente aprovada".
O senador também declarou ser contrário à plantação de arroz em áreas indígenas. Ele afirmou que há, em Roraima, oito arrozeiros plantando numa área onde, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), encontram-se 19 mil indígenas de cinco etnias.
- Precisamos fazer um esforço, que é fundamentalmente humano. O que não dá é olhar para Amazônia a partir da lógica das bolsas de valores, das commodities, do mercado, porque senão vamos atropelar, vamos assassinar culturas que merecem o respeito absoluto de todos nós, especialmente dos homens públicos - ressaltou.
(Por Iara Farias Borges, Agência Senado, 04/07/2008)