O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) enviou uma carta ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na qual diz que foi "induzido ao erro" por um técnico da pasta ao criticar o acordo fechado entre o governo do Estado e usineiros para recuperar a mata ciliar.
Na última terça, o ministro havia se referido ao acordo como uma "lambança generalizada" feita com "apoio político e impunidade", que poderia criar uma barreira para a exportação de etanol.
Na carta, o ministro recua e diz que o termo de compromisso firmado com os usineiros compromete empresários com o reflorestamento de áreas "historicamente por eles devastadas". Minc cita o "engajamento histórico" de Campos "ao lado dos trabalhadores, da legalidade e do meio ambiente".
Apesar de elogiar Campos, Minc manteve as críticas aos usineiros. "Fato objetivo é que usineiros, conforme consta em laudos, fotos e processos, não respeitam a lei que protege 50 metros de cada margem dos rios e plantam cana até a fronteira de suas águas", diz na carta.
No Rio, o ministro disse não ter recuado das críticas. Alegou que o convênio foi feito sem a anuência do governo e do Ministério Público Federal. E afirmou que "às vezes" se "entusiasma" ao falar. "Mas isso não é o mais importante e sim que há cem anos os usineiros estavam desrespeitando as leis e destruindo a mata atlântica."
(Folha, 05/07/2008)