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etanol passivos dos biocombustíveis biocombustíveis
2008-07-04

Jornal britânico 'The Guardian' analisa relatório do Bird.

Os biocombustíveis fizeram com que os preços dos alimentos subissem 75% no mundo todo, segundo um relatório confidencial do Banco Mundial (Bird) filtrado pelo jornal britânico "The Guardian" que "absolve o etanol brasileiro". O Bird calcula em 140% a escalada dos preços dos alimentos entre 2002 e fevereiro de 2008.

"A alta dos preços da energia e dos fertilizantes contribuíram apenas para um aumento de 15%, enquanto os biocombustíveis implicaram um aumento de 75% no período", afirma o relatório publicado pelo Guardian. Esses dados desmentem as afirmações do governo americano de que os combustíveis de origem vegetal contribuem menos de 3% para a falta de alimentos, assinala o jornal.

Segundo algumas fontes, o relatório, concluído em abril, não foi publicado até agora para não colocar em apuros o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que atribuiu esse encarecimento fundamentalmente à alta do consumo de alimentos na China e Índia, e para evitar tensões entre a Casa Branca e o BM.

O Bird considera que a corrida na produção de biocombustíveis tem criado distorções no mercado alimentar com o uso de parte das plantações dos cereais para este objetivo, em detrimento da alimentação.

"Sem o aumento do recurso aos biocombustíveis, as reservas mundiais de trigo e milho não teriam caído tanto e a alta dos preços causada por outros fatores teria sido mais moderada", destaca o informe.

O texto explica que "o rápido crescimento da renda nos países em desenvolvimento não se traduziu em um forte aumento do consumo de cereais e não contribuiu de modo importante à alta dos preços".

Estados Unidos e Brasil são responsáveis em conjunto por 70% da produção mundial de etanol, um dos principais biocombustíveis.

 
Cana-de-açúcar

O relatório diz, no entanto, que os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar, uma especialidade do Brasil, não tiveram um impacto tão forte como os do milho e de outros produtos.

Até mesmo as secas na Austrália tiveram uma pequena interferência nesse fenômeno, assinala o texto, que atribui o maior impacto à forte demanda por biocombustíveis na Europa e EUA.

"Sem o aumento da demanda por biocombustíveis, as reservas mundiais de trigo e milho não teriam caído sensivelmente, e os aumentos de preços devidos a outros fatores teriam sido moderados", afirma o documento.

O relatório confidencial do Banco Mundial se torna conhecido em um momento crítico para as negociações multilaterais sobre a futura política mundial em matéria de combustíveis.


Discussão no G8

A escassez de alimentos pode ser um dos temas discutidos na próxima cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia), na próxima semana, em Hokkaido (Japão).

Segundo Robert Bailey, analista da fundação Oxfam, "os políticos parecem empenhados em esconder e ignorar as claras provas da importante contribuição dos combustíveis para as recentes altas dos preços dos alimentos".

O preço da cesta de alimentos examinada no estudo do BM subiu 140% entre o ano 2000 e fevereiro deste ano. Segundo o relatório, o encarecimento da energia e dos adubos contribuiu apenas 15% para esse aumento, enquanto 75% correspondem aos biocombustíveis.

"Esta claro que alguns biocombustíveis têm um enorme impacto no preço dos alimentos, comentou o ex-principal assessor científico do Governo britânico, David King. "Ao apoiar os biocombustíveis, subvencionamos a alta dos preços dos alimentos em favor da mudança climática", disse King.

Com informações da EFE e da France Presse


(G1, 03/07/2008)


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