A informação é que Altemir Gregolin irá assinar dois acordos de cooperação técnica com o objetivo de repovoar os mangues destas regiões a partir de pesquisas que caracterizem a qualidade da água, as fontes de poluição orgânica e inorgânica, as regiões com potencial para aqüicultura e educação ambiental, entre outros pontos fundamentais para fomentar a preservação dos manguezais e das comunidades ribeirinhas que vivem nestas regiões.
Atualmente, a situação de grande parte dos mangues do Estado é de abandono. Em Vitória, boa parte já foi aterrado e o que restou sofre com o acúmulo de lixo, o despejo de esgoto in natura, desmatamento, entre outros problemas ambientais.
Em Cariacica a situação não é diferente, Em 2006 havia a promessa da criação de Unidades de Conservação (TCs) em áreas de manguezais dos municípios que integram o eixo Vitória-Serra, mas isso não ocorreu. Ao todo, seriam criados nove mil hectares de área, formando um mosaico de conservação.
Há ainda a promessa de que as obras do aeroporto se Vitória irão financiar – por meio de compensação ambiental – os estudos de caracterização, diagnóstico e criação e decretação de uma nova Unidade de Conservação que ficaria situada entre os rios Bubu e Santa Maria, em Cariacica.
Entretanto, nada foi concretizado e a expectativa é que o novo estudo busque, de fato, garantir a preservação dos mangues e incentive a criação destas UCs prometidas há anos para a população. Além disso, há a expectativa de que sejam garantidas as atividades econômicas e sociais que utilizam o manguezal diretamente.
Os mangues de Vitória e Cariacica sofrem com o crescimento desordenado das cidades e com a falta de fiscalização. É na Grande Vitória que ocorre o maior número de destruição deste ecossistema, essencial para a manutenção da vida no mar.
No Espírito Santo, os manguezais são destruídos por aterros e cortes da vegetação, entre outras agressões. São perdidos cerca de cem hectares de mangues por ano no Estado. Os manguezais também são poluídos por esgotos, principalmente os domésticos, e pelo lixo. O Espírito Santo tem aproximadamente 30 mil hectares de manguezais. Destes, cerca de 15 mil estão na Grande Vitória.
Os manguezais são Áreas de Proteção Permanente (APPs), como define a Lei 4.771/65. São importantes como berçários de várias espécies.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 04/07/2008)