O Reino Unido, Alemanha e França são os países do G8 que receberam uma boa pontuação no estudo realizado para a WWF (Fundo Mundial da Natureza) e seguradora Allianz, publicado hoje, sobre a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Apesar destes três países terem feito progressos, arriscam-se a ver as suas emissões de dióxido de carbono aumentar nos próximos anos, alerta o estudo.

O trabalho, realizado pela Ecofys, agência independente, é divulgado a poucos dias da cimeira dos principais países industrializados – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão, Rússia -, no Japão. As emissões britânicas cumprem já as metas do Protocolo de Quioto devido à crescente utilização de gás natural. Mas um novo recurso ao carvão mineral para a produção de energia leva a acreditar em novos aumentos, alerta o estudo.

A França também tem bons resultados em matéria de emissões em relação à sua população e ao seu Produto Interno Bruto, nomeadamente devido ao recurso à energia nuclear. Hoje, o Presidente Nicolas Sarkozy anunciou que a França vai construir uma segunda central nuclear de terceira geração, concebida pelo grupo Areva.

Os bons resultados da Alemanha devem-se à promoção das energias renováveis, mas os projectos de novas centrais eléctricas a carvão põem em causa o seu compromisso em reduzir as suas emissões em 40 por cento até 2020. De acordo com o estudo, os membros do G8 devem reduzir até 2050 as suas emissões em pelo menos 80 por cento em relação a 1990 se quiserem manter o aumento das temperaturas médias globais em dois graus.

“Os resultados mostram que nenhum dos principais países industrializados está no bom caminho para satisfazer os objectivos de redução para cumprir a meta dos dois graus”, comentou Regine Günther, da WWF na Alemanha. O Japão e a Itália fizeram progressos mas são insuficientes para cumprir Quioto.

Os países que receberam nota negativa são a Rússia e os Estados Unidos, uma vez que as suas emissões de dióxido de carbono aumentaram e que as ambições de Quioto estão fora de alcance. Os Estados Unidos já afirmaram que o G8 não é o local apropriado para fixar um objectivo de luta contra as alterações climáticas. Mas os líderes do G8 concordaram, no ano passado, em considerar uma meta global para as emissões até 2050. A União Europeia quer que o G8 se comprometa com a redução das emissões em 50 por cento até 2050, sem especificar qual o ano de referência.

O sobre-aquecimento do planeta está no topo da agenda para a cimeira de 7 a 9 de Julho em Hokkaido, no Norte do Japão, e num encontro do dia 9 entre o G8 e outros oito países, incluindo a China, Índia e Brasil.
 
(Ecosfera, 03/07/2008)