Estima-se que 50% do caranguejo que é capturado no Piauí morrem durante o transporte. O pescado é catado ainda vivo e devido às más condições de acondicionamento acaba morrendo, em função das péssimas condições de acondicionamento o que acarreta prejuízos tanto para quem cata quanto para quem os compra e consequentemente ao meio ambiente.
Segundo o superintendente do Ibama no Piauí, Romildo Mafra, a perda é muito alta, porém, a Embrapa/PI já elaborou um plano para o novo ordenamento do crustáceo por meio de novas instruções normativas para a captura e transporte do caranguejo no Piauí. “O que vai reduzir e muito as mortes”, esclarece Mafra, que participou na última semana, do Encontro Regional dos Superintendentes do Nordeste cujo tema foi “Desafios para o Desenvolvimento Sustentável no Nordeste”.
No Piauí, a captura da espécie representou, entre os anos de 1997 e 1999, 51,9% a 54,7% do total de pescado do Estado. A captura excessiva do caranguejo tem acarretado a redução de suas populações em diversos estados brasileiros. O esforço de captura atualmente empreendido na região do Delta do Parnaíba é superior à capacidade de suporte de regeneração do ambiente de forma natural. Pois até mesmo no período de reprodução da espécie não se dá uma trégua na cata do crustáceo.
Período do defeso visa proteção da espécie
Devido a cata durante o período de reprodução dos caranguejos, o Ibama instituiu o período de defeso. O período reprodutivo dos caranguejos se dá em três momentos nos meses de janeiro, fevereiro e março, a cada 30 dias, um período de acasalamento que dura cerca de três dias. A variação se dá em função das condições climáticas, fases da lua, renovação de água doce no estuário e fluxos da maré. A proibição já começa a apresentar resultados positivos.
O Escritório Regional de Parnaíba em parceria com a APA e a Reserva Extrativista do Delta estão desenvolvendo atividades de fiscalização e de educação ambiental visando dar cumprimento a Portaria que estabelece o defeso do caranguejo-uçá.
O caranguejo-uçá é bastante apreciado nas praias e restaurantes do litoral brasileiro. Da região do Delta do Parnaíba se abastecem os centros de Fortaleza e Teresina. Cerca de 40 mil cordas, com quatro indivíduos, saem semanalmente de Parnaíba.
(
Ibama, 03/07/2008)