A cidade tem 500km de rede, mas pelo menos até o final do ano, Corsan planeja substituir 5km
Não têm perspectiva de breve solução os problemas de abastecimento de água em Santa Cruz do Sul. Conforme a gerência da Corsan, a cidade tem 500 quilômetros de redes de água, mas a companhia anunciou que, até o final do ano, irá substituir entre três e cinco quilômetros. Há algumas semanas, regiões do Centro e de bairros vêm sofrendo cortes no fornecimento de água devido ao elevado número de vazamentos que a companhia não conserta.
O gerente da unidade local, Paulo Stein, voltou a frisar ontem que há planos para iniciar a substituição das redes em parte da cidade. Um deles deve ser colocado em prática dentro dos próximos meses e resultará na troca de cinco quilômetros de canos na região das ruas Pinheiro Machado, Marechal Floriano, Marechal Deodoro e Rio Branco. O valor a ser investido ainda não é de conhecimento do gerente, pois é necessário realizar tomada de preços para contratar a empresa prestadora.
Também segundo Stein, as redes de água em Santa Cruz do Sul devem ser substituídas gradativamente dentro dos próximos anos, conforme o cronograma de investimentos da estatal. Ainda não se sabe quanto deve ser trocado, pois em meio a essas tubulações existem algumas que são novas e não precisariam ser substituídas. “Teremos que identificar onde estão os problemas para apontar os locais para as obras”, explicou Stein.
Enquanto isso não acontece, e em meio a uma enxurrada de reclamações, a companhia intensifica o trabalho na cidade, inclusive com o reforço de equipes de outras regiões, na tentativa de controlar situações pontuais. Uma delas veio de Santa Maria e ficou encarregada de identificar onde estão os vazamentos. Para isso os profissionais utilizam equipamentos de escuta capazes de apontar os locais onde a água está sendo perdida. A atividade é realizada nos bairros e no Centro, durante o dia e à noite.
Nos locais onde são identificadas as perdas de água, os operários são acionados para o conserto. Desde que começou essa operação, somente no Centro foram verificados quatro escapes. Um deles foi consertado na manhã de ontem na Rua Tenente Coronel Brito, a menos de uma quadra do escritório da Corsan. Nesse ponto, segundo os moradores, há pelo menos três meses a água escorria sobre o asfalto.
Cobrança
Ontem, a prefeita Helena Hermany esteve reunida em seu gabinete com Stein, quando exigiu mais investimentos no município. Ela ressaltou que a declaração do presidente em exercício da empresa, Carlos Martinez – de que a arrecadação em Santa Cruz ajuda a cobrir obras em outros municípios onde o serviço é deficitário –, não pode ser usada como justificativa. “Não estamos sendo egoístas, mas queremos que Santa Cruz não tenha problemas”, afirmou Helena.
Na segunda-feira, a prefeita denunciou o contrato que o município mantém com a Corsan e que vence no ano que vem. Dessa forma, abriu caminho para um possível rompimento do acordo. Um grupo foi constituído pela Prefeitura para analisar a questão e verificar a possibilidade de o município ou outra empresa assumir o sistema de água e esgoto em Santa Cruz.
(Por Dejair Machado, Gazeta do Sul, 03/07/2008)