Uma mancha de óleo, percebida nessa terça-feira (1) e que ainda na tarde desta quarta-feira (2) podia ser vista em Colatina, obrigou a empresa local de saneamento ambiental a paralisar o abastecimento de água da cidade. O governo do Estado não enviou equipamentos para contenção do óleo, que deverá provocar danos ambientais até a foz do rio, em Regência.
A paralisação do abastecimento de água em Colatina foi determinada às 18h da terça, segundo Cleuber Melotti, presidente do Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear), autarquia responsável pelo abastecimento de água da cidade.
ELe informou que a contaminação do Rio Doce é por óleo diesel, mas até o início da tarde desta quarta responsável pela contaminação não havia sido identificado.
Três dos quatro pontos de captação de água no município estão funcionando, mas o quarto, que abastece 55% de Colatina, foi paralisado. A empresa tem ligações de água em 23 mil casas e atende a 110 mil habitantes de Colatina, segundo o presidente do Sanear.
Cleuber Melotti afirmou que nunca viu um desastre ambiental tão grande no Rio Doce. A providência adotada pela empresa foi desviar a mancha do local de captação. O presidente do Sanear admitiu que até o início da tarde desta quarta não haviam chegado à Colatina bóias para contenção do óleo derramado.
A responsabilidade pela alocação deste material é do governo do Estado. O Sanear acionou tanto o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) quanto a Polícia Militar Ambiental e o Corpo de Bombeiros. Até a Petrobras foi informada. Funcionários dos órgãos do Estado estão no local, inclusive tentando identificar onde e como o óleo foi derramado.
Nesta época do ano o Rio Doce está muito seco. O presidente do Sanear informou que fez contato com a prefeitura de Linhares, informando-a do desastre ambiental. A Defesa Civil também foi acionada.
Cleuber Melotti afirmou ter informações sobre a extensão dos danos à fauna e à flora do Rio Doce com o derramamento de óleo diesel.
O Rio Doce está reduzido a uma fina lâmina d`água. O rio foi destruído pelo desmatamento em toda a bacia, formada por Minas Gerais e Espírito Santo. As áreas desmatadas foram ocupadas por cafezais e depois a pastagens. O uso intensivo e inadequado das terras da bacia, o emprego de agrotóxicos e a contaminação das águas por esgotamentos domésticos e industriais não tratados prejudicaram o rio.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 02/07/2008)