Da tribuna da Assembléia Legislativa gaúcha, o deputado Dionilso Marcon (PT) denunciou, na tarde desta quarta-feira (02/07), a violência da Brigada Militar contra os índios guaranis que estavam acampados na BR 116, próximo à Barra do Ribeiro. Através de uma ordem judicial, os indígenas foram retirados da área na terça-feira (01/07). “Eles foram algemados e humilhados”, condenou Marcon. Além disso, disse que o Ministério Público Federal, a quem cabe acompanhar este tipo de ação, sequer foi avisado. “Até onde vai esta violência?”, indagou o petista.
Outro episódio de agressão repudiado por Marcon diz respeito à repressão aos trabalhadores da Frangosul de Passo Fundo, que foram espancados pela Brigada Militar nesta quarta-feira. “A governadora Yeda Crusius não está vendo que o coronel Paulo Mendes está descumprindo a lei. O direito à manifestação está garantido na Constituição Federal”, alertou Marcon.
Além disso, criticou a maioria do Parlamento por ter rejeitado, na sessão de terça-feira, o seu requerimento propondo a criação de uma Comissão de Representação Externa para acompanhar os efeitos da plantação de pinus e eucalipto sobre a economia. “A idéia era fazer um estudo sobre o impacto desta produção nos municípios, contrapondo experiências ocorridas no Uruguai, na Bahia e no Espírito Santo, localidades que adotam esta monocultura”, frisou. Segundo ele, esta plantação gera miséria, além de não impulsionar a criação de novos empregos e, tampouco, promover o desenvolvimento. O deputado também cobrou da Casa regras claras para aprovar Comissões de Representação Externa.
Por fim, voltou a criticar a concessão de incentivos fiscais do governo Yeda Crusius às papeleiras. “Isto ocorre no Rio Grande do Sul justamente quando países subdesenvolvidos já deixaram de plantar eucalipto pelos danos causados ao meio ambiente”, pontuou.
(Por Stella Máris Valenzuela, Agência de Notícias AL-RS, 02/07/2008)