A Klabin acaba de fazer sua segunda venda de créditos de carbono no mercado internacional e a primeira através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pelo acordo do Protocolo de Quioto. Uma das maiores produtoras de papéis do País, a empresa fechou o negócio com uma companhia européia do setor de energia, que, por contrato, não pode ser identificada.
No total, foram negociadas 87 mil toneladas, a €17,05 cada tonelada, geradas por projeto que substitui óleo combustível por gás natural, instalado em sua Unidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, totalizando cerca de € 1,5 milhão. Segundo o gerente corporativo de meio ambiente da Klabin, Júlio César Batista Nogueira, o volume comercializado dessa vez é resultado de reduções obtidas desde 2001, quando o projeto foi implantado, até 2007.
Este é o primeiro MDL implantado pela Klabin, registrado na United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) em julho de 2006. O projeto tem capacidade de reduzir as emissões de em 26% em relação às emissões de combustível e, consequentemente, gerar aproximadamente 150 mil toneladas de créditos de carbono até 2010.
Ainda este ano, a Klabin deve comercializar as cerca de 63 mil toneladas restantes. Até o final de 2008 a empresa vai entregar anualmente créditos de carbono futuros com base nos resultados das auditorias de verificação de performance do projeto. A primeira venda de créditos de carbono da Klabin foi feita em fevereiro de 2007 pela Chicago Climate Exchange (CCX). No total, foram vendidas 29,5 mil toneladas de créditos em função de florestas plantadas.
Segundo Nogueira, um segundo projeto de MDL da Klabin está em fase de implantação em Telêmaco Borba, no Paraná. O MA-1100, em curso em sua Unidade Monte Alegre, funcionará a partir da instalação de tecnologias de ponta para a queima de biomassa de madeira, reduzindo a queima de 20 mil toneladas de óleo por ano, o que elimina 60 mil toneladas da atmosfera.
Para Nogueira, daqui para frente, todo o investimento deve contabilizar a venda de créditos de carbono em seu estudo sobre viabilidade de projeto. "Isso deve nortear os investimentos porque o aquecimento global é uma realidade e as empresas estão sendo cobradas por estes resultados."
(Gazeta Mercantil. Adaptado por
Celulose Online, 02/07/2008)