Dados do Ministério Público indicam que 9,7% de todo o lixo produzido no Brasil são formados pelo plástico, que pode levar séculos para se desintegrar. O uso de sacolas retornáveis pode reduzir o percentual desse material poluente nas 70 toneladas de lixo produzido por Jaraguá do Sul.
A proposta para a troca de sacolas plásticas por bolsas retornáveis começa a ganhar força nos supermercados. Mas a mudança na rotina no momento das compras vai depender de uma decisão dos consumidores.
Para Luci Lagedo, chefe de educação ambiental da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), a diminuição do uso de sacolas plásticas depende justamente de uma mudança de comportamento dos consumidores. Luci coordena um projeto que promove palestras para conscientizar a população sobre o uso do plástico. "Incentivamos as pessoas a encontrarem outra forma de carregar suas compras", diz.
O comerciante Rafael Fernando Regis, dono de um estabelecimento de médio porte, tem uma outra preocupação com relação ao uso do plástico. O comerciante pensa no bolso. Ele estima que gasta cerca de R$ 2 mil na compra de sacolas, o que representa 5% do seu rendimento bruto. Ele pretende diminuir esse gasto.
"Já fiz o orçamento e vou começar a distribuir as retornáveis para ver se gasto menos", conta. Segundo ele, são poucos os clientes que levam suas sacolas de casa. "Apenas algumas poucas donas de casa trazem sacolas ou carrinhos para compras. A maioria usa plástico mesmo", afirma.
Os planos do dono do mercado têm o apoio do consumidor Romeu Marquadt. "O bom mesmo seria eliminar o plástico. Com certeza, usaria uma sacola retornável", diz. Marquadt conta que seleciona o lixo em casa. Todas as sacolas plásticas são enviadas para a reciclagem, afirma.
No Brasil, a estimativa é de que sejam produzidas 750 milhões de sacolas plásticas por mês. Elas demoram até 400 anos para serem absorvidas pela natureza e causam a morte de animais marinhos, que tentam ingeri-las.
(A Notícia, 02/07/2008)