Fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 250 trabalhadores em condições consideradas degradantes em uma usina de cana no interior de Goiás. Segundo o ministério, um aliciador de mão-de-obra descontava do salário dos trabalhadores da unidade o dinheiro destinado à alimentação. Eles trabalhavam no corte de cana.
As inspeções na usina, localizada na cidade de Porteirão (297 km de Goiânia), começaram há três semanas. Na última sexta-feira (27), os fiscais concluíram os trabalhos e incluíram 250 empregados da unidade em um grupo que teve o contrato rescindido porque esteve submetido a condições degradantes.
O Ministério do Trabalho diz que os trabalhadores também viviam em alojamentos precários. Cada resgatado deve receber hoje uma indenização dos donos da usina. De acordo com a pasta, a maior parte dos trabalhadores era do Maranhão, onde foi contratada por um "gato"--aliciador de mão-de-obra.
Eles aguardam o recebimento das indenizações em alojamentos em Porteirão para voltar a suas cidades de origem.
A usina onde foram feitas as fiscalizações é a Fortaleza Açúcar e Álcool. A Folha procurou, por telefone, a administração da empresa no final da tarde de ontem, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso.
No começo do mês, ações do grupo móvel do ministério encontraram 119 trabalhadores em condições consideradas análogas à escravidão em usinas de cana no interior de São Paulo e de Minas.
(Por Felipe Bächtold, Agência Folha, 01/07/2008)