O Ministério do Meio Ambiente anunciou nesta terça-feira medidas contra a destruição da Mata Atlântica em Pernambuco. As usinas de cana-de-açúcar são o principal alvo. Como resultado da Operação Engenho Verde, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram autuadas todas as 24 usinas de cana-de-açúcar do Estado, com aplicação de R$ 120 milhões em multas.
Além disso, os donos dos engenhos responderão a ação civil pública para reparação dos danos ambientais e a representação criminal.
Segundo dados apresentados pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, as 24 usinas são responsáveis por "um passivo ambiental" de 85 mil hectares. "Não é só na Amazônia [que haverá fiscalização]. Acabou a moleza para o usineiros do Nordeste", disse.
"Não interessa que costas quentes tenham os usineiros. Vão ter que recuperar a área degradada", acrescentou o ministro, ao destacar que muitos produtores contam com "conivência política" para manter "irregularmente as usinas".
Durante a Operação Engenho Verde, ficou constatado que as 24 usinas não têm licença ambiental. Em decorrência do desmatamento, Pernambuco passou a ser o estado com o menor índice de áreas preservadas do bioma Mata Atlântica. Enquanto a média nacional é de 8%, o índice pernambucano é de 2,7%.
"Essa turminha de Pernambucano está indo contra todas as ações de preservação ambiental", criticou Carlos Minc.
(JC,
MST, 01/07/2008)