Apesar das 30 prisões já efetuadas em 2008, três gangues ainda vêm atuando impunemente na Capital
Apesar das medidas adotadas pela prefeitura para evitar as ações dos pichadores, eles desafiam as autoridades e deixam seus traços registrados em muros, monumentos, sacadas e em prédios particulares e públicos da Capital. Munidos de tubos de tinta spray, agem em qualquer altura, sendo capazes de escalar paredes de edifícios para pichar no ponto mais alto das estruturas. Nem os taludes do arroio Dilúvio escaparam. Um trecho, localizado no cruzamento da avenida Ipiranga com a rua Frei Germano, foi pichado às 8h30min da última segunda-feira.
Os vândalos atuam, na maioria dos casos registrados, em dupla. A prática ilegal da pichação transformou-se em uma espécie de epidemia e desafia a paciência dos porto-alegrenses e da Guarda Municipal. As duas últimas detenções ocorreram na semana passada e os autores foram recolhidos ao Presídio Central: não pagaram a fiança imposta.
De acordo com o coordenador do serviço de denúncia Disque-Pichação, Daniel Paulo da Silva Garcia, existem pelo menos três gangues de pichadores atuando na Capital, sendo lideradas por pessoas identificadas como Dano, Carioca e Belão. Dos três, Belão é o que tem agido mais. Entre 1º de janeiro e 30 de junho, os guardas municipais já prenderam 30 pichadores, sendo 21 adolescentes e nove adultos. Desde a implantação do Disque-Pichação, em maio de 2006, o serviço recebeu 832 denúncias que resultaram em 149 pichadores detidos, entre eles 88 jovens. O Partenon, o Centro e a Cidade Baixa são os bairros de maior incidência de casos. Juntos, totalizam 261 chamados.
(Correio do Povo, 02/07/2008)