O consórcio Jirau Energia, liderado pela empreiteira Norberto Odebrecht e a estatal Furnas Centrais Elétricas, que perdeu o leilão para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO) entrou com recurso contra o consórcio vencedor, o Energia Sustentável, liderado pela empresa franco-belga Suez Enery.
O pedido foi feito formalmente nesta última sexta-feira (27) para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que ainda não fixou prazo para resposta ao recurso. Alegação foi a de que há falhas técnicas nos documentos do consórcio vencedor.
A vitória do consórcio Energia Sustentável causou polêmica quando a Suez anunciou que mudaria o local de construção da barragem. A Suez pretende construir a hidrelétrica 9 quilômetros abaixo do local inicialmente estipulado. Segundo o consórcio, a mudança traria economia para a obra e diminuiria os impactos ambientais, mas o novo local não teve ainda estudos desses impactos.
Veja aqui a imagem com a nova localização da barragem.
Rio Madeira
O Complexo Madeira compreende duas usinas hidrelétricas, Santo Antônio e Jirau, que juntas pretendem gerar 6.450 megawatts, aproximadamente metade da usina hidrelétrica de Itaipu. Segundo especialistas, com a hidrelétrica, uma área de mais de 50 mil hectares será alagada, atingindo diretamente cerca de 5 mil famílias.
A construção das usinas sofre forte pressão por parte de movimentos sociais e ambientalistas, devido aos impactos que o empreendimento causa ao meio ambiente, às comunidades locais e povos indígenas. Apesar disso, o governo já promoveu o leilão de Santo Antônio, vencido por um consórcio liderado por Furnas Centrais Elétricas, e de Jirau, vencida pelo consórcio liderado pelo grupo francês Suez Energy.
(Amazonia.org.br, 01/07/2008)