A Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do Cerá (AL-CE) debateu na tarde desta segunda-feira (30/06) a Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). Na audiência pública, que partiu do presidente da comissão, deputado Roberto Cláudio (PHS), foi consenso a necessidade de dar maior visibilidade à rede que visa formar recursos humanos nas áreas de biotecnologia de saúde, de recursos naturais, de agropecuária e industria. A idéia é que a rede se torne auto-sustentável.
O coordenador executivo da Renorbio, Carlos Henrique Nery Costa, quer a reestruturação jurídica da rede e o seu reconhecimento político. “Não podemos ter uma rede dessa magnitude tão desconhecida pelas nossas lideranças”, criticou. Para ele, sem a formulação de uma política econômica, a rede não terá longevidade. “Como a Renorbio não é uma entidade jurídica, ela não possui recursos próprios. Se estes recursos não chegarem, vocês verão que o nosso vôo será curto”, advertiu.
Roberto Cláudio admitiu que ainda existem dificuldades nos âmbitos jurídicos e de financiamento para o setor de ciência e tecnologia. O parlamentar pondera, entretanto, que existe um aceno do Governo no sentido de que este cenário mude. “Posso afirmar que pelas características do Governo de aproximar academia e setor produtivo, haverá um compromisso em tornar a Renorbio uma instituição mais sólida”, defendeu.
Para o parlamentar, que é vice-líder do Governo na Casa, o Ceará vive um cenário favorável ao desenvolvimento do setor. “A ciência e tecnologia passou a ser uma coisa muito mais compreendida”, avaliou. “O mais importante é que está vindo mais dinheiro. Temos um compromisso do Governo de duplicar o orçamento de custeio das universidades estaduais”, completou ele.
A intenção da Renorbio é fomentar o processo de desenvolvimento da região Nordeste, integrando esforços de formação de recursos humanos ao desenvolvimento científico e tecnológico, segundo Carlos Henrique. Ele explica que a rede prevê a formação de cem doutores em biotecnologia por ano.
Para o coordenador do programa de pós-graduação em biotecnologia da Renorbio na Universidade Estadual do Ceará (Uece), José Ferreira Nunes, não é coincidência que a região Sudeste, onde estão 56% dos mais de 64 mil doutores do País, também seja dona de 56% do PIB nacional, enquanto o Nordeste, que tem 16% dos doutores do Brasil, tem o PIB correspondente aos mesmos 16% do nacional. “Com a Renorbio, queremos diminuir essa assimetria”, disse.
O debate também contou com o reitor da Uece, professor Francisco de Assis Moura Araripe, que reconheceu o desconhecimento que a Renorbio sofre, mas se comprometeu em contribuir, em sua gestão, para reverter a situação. Participaram ainda representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), da Secretaria da Ciência,Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará (Secitece) e da Funcap.
DA
(Coordenadoria de Comunicação Social AL-CE, 30/06/2008)