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pchs
2008-07-01

Empreendimentos estão em fase de inventário e adequação e devem demorar um ano e meio

Áreas dos rios Caí e Piaí e do Arroio Mulada deverão passar por alagamento para geração de energia

Três novas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) devem ser construídas no interior de Caxias, além das duas que estão em andamento no distrito de Criúva. Os empreendimentos estão em fase de inventário e adequação de projeto e devem demorar pelo menos um ano e meio para saírem do papel. Mas os rios e os lugares onde ocorrerão os alagamentos para geração de energia elétrica já estão definidos. As obras serão feitas no Rio Caí, na divisa entre Caxias e Gramado, no Rio Piaí, em Santa Lúcia do Piaí, e no Arroio Mulada, em Criúva.

A mais adiantada delas é a PCH Santo Anjo. Ela será construída no leito do Piaí, na localidade de São Valentim, distrito de Santa Lúcia. O lugar é o mesmo onde havia uma barragem para abastecimento de energia nos anos 1940. O gerente de projeto da PCH, Rodrigo Rigatti, da empresa Energyx, contratada para desenvolver o plano, acredita que a área alagada não ultrapasse a atual.

- Teremos de refazer a barragem porque ela foi desativada há muitos anos e está deteriorada, mas acredito que o tamanho da nova será o mesmo - calcula.

A PCH Mulada, que deve ser construída no Arroio Mulada, ainda está em fase de estudo. O diretor administrativo da Electra Power, empresa que está fazendo o inventário do rio, Osmar Nesi, espera ter uma definição sobre a obra em 15 dias. Ele adianta que, caso a central hidrelétrica seja construída, também será aproveitada uma represa já existente.

- As mudanças ambientais seriam muito pequenas. Teríamos de reconstruir a casa de máquinas e os dutos, porque a barragem já existe. A cachoeira, que as pessoas temem ser atingida, ficaria intocada - garante.

A PCH Pedra Branca, projetada para o Caí, deverá ser construída no distrito de Vila Oliva, perto da localidade de Santa Cruz, na divisa com Gramado. Ela deve ser a maior das três e a que implicará em mais mudanças ambientais. Além de não ter nenhuma estrutura que possa ser reaproveitada, como nas outras duas, a área alagada seria de 54 hectares.

O engenheiro hídrico Ronaldo Pereira de Almeida, da Performance Centrais Hidrelétricas, que trabalha no projeto dessa obra, garante que ela ficaria longe das áreas turísticas da região, como a Cascata do Caracol, em Canela. Ele diz estar estudando um modo de evitar que uma ponte de ferro, com data estimada de 1932, seja atingida.

- Num projeto inicial, a ponte seria afetada, e nós precisaríamos elevá-la. Mas estamos estudando um modo de evitar isso - afirma.

Todos esses estudos e projetos têm autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Porém, para serem executados, necessitarão dos licenciamentos ambientais concedidos pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Dos três empreendimentos, somente a PCH Santo Anjo fez o pedido ao órgão. Ela espera iniciar as obras em um ano e meio e operar em 2010.

O Comitê da Bacia do Rio Caí busca informações sobre as PCHs e marcou duas reuniões até o final do mês. A primeira delas será com a Secretaria do Planejamento Municipal, para saber se os lugares apontados não se opõem ao Plano Diretor de Caxias. A segunda reunião será interna, para definir um plano de ação.

O presidente do comitê, Sebastião Teixeira Corrêa, adianta que na calha do Rio Caí não poderia ser feita nenhuma construção.

(Por Graziela Andreatta, Pioneiro, 01/07/2008)


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