O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, repetiu o discurso do atual presidente George W. Bush e seu partido, o Republicano, ao cobrar compromisso da China e da Índia, principalmente, no combate às mudanças climáticas e na redução das emissões de dióxido de carbono. Mas avançou em relação a Bush ao manifestar desapontamento pelo fato de o Senado não ter aprovado, no início deste mês, um projeto de lei que estabelece um programa de créditos de carbono.
Ele e o democrata Barack Obama participaram "virtualmente" da reunião dos parlamentares do G8+5 no sábado (28), em Tóquio. "Se vamos estabelecer protocolos ambientais significativos, então eles devem incluir as duas nações, China e Índia, que têm o potencial para poluir o ar mais rápido e em volume anual superior a qualquer nação na história", afirmou McCain em um vídeo.
Além disso, ressaltou que estava desapontado "pelo fato de o Senado dos EUA não ter conseguido fazer mais progresso na legislação de créditos de carbono". O projeto de lei que estabelecia limite e comércio de emissões foi barrado pelos senadores republicanos.
Já Obama, que até o último momento não iria participar do evento, acabou mandando um discurso de última hora, que foi lido por Elliot Morley, presidente da Globe International (Organização Global de Legisladores por um Meio Ambiente Equilibrado). Antes de o texto chegar, a idéia da organização era exibir um vídeo do senador democrata John Kerry.
Alegando ignorância - O discurso de Obama se ateve à responsabilidade dos Estados Unidos na questão e à necessidade de promover uma cooperação internacional para combater o aquecimento global. McCain, por outro lado, ressaltou que China, Índia, Brasil, México e África do Sul estão entre os que mais contribuem para o aquecimento global hoje.
E justificou a poluição causada dos países desenvolvidos no passado. "Mas também devemos reconhecer que fizemos a maior parte das nossas contribuições para o aquecimento global antes de qualquer um saber sobre o assunto", disse.
Segundo o republicano, "nenhuma nação deve ser dispensada da sua obrigação e menos ainda devemos abrir exceções para justamente os países que estão acelerando as emissões de carbono enquanto o resto de nós tenta reduzir as emissões".
Obama, por sua vez, garantiu que irá "virar a página sobre políticas domésticas fracassadas que mantiveram a nossa dependência aos combustíveis de carbono". "Eles [cientistas] fizeram um magnífico trabalho de identificar as causas, os processos e os impactos da mudança climática global, mas cabe agora a nós responder na mesma medida", ressaltou.
(Por Afra Balazina, Folha Online, Ambiente Brasil, 30/06/2008)