(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
movimentos sociais mst assentamentos reforma agrária
2008-06-30

Assentamento em áreas desapropriadas há até 4 anos ainda não foi autorizado, diz Movimento dos Sem-Terra


SOROCABA - O Movimento dos Sem-Terra (MST) encontrou na demora do licenciamento ambiental para novos assentamentos mais um motivo para confrontar o governo estadual em ano de eleições municipais. No Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo, áreas foram desapropriadas há até 4 anos, mas o assentamento das famílias não foi autorizado por falta de aprovação pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, segundo o MST. De acordo com o coordenador regional Valmir Rodrigues Chaves, o secretário Xico Graziano deverá ser cobrado durante a visita que fará na segunda-feira, 30, à região. "Faremos com que ele saiba que há um grande descontentamento com essa situação."
 
Graziano inaugura um portal no Parque Estadual do Morro do Diabo e lança projeto ecológico num assentamento em Teodoro Sampaio, a 710 km de São Paulo. A cidade tem a principal base do MST no Pontal. Chaves disse que o governo estadual "tem feito de tudo" para dificultar o assentamento de famílias que permanecem acampadas na região. "Muitas estão debaixo da lona preta faz seis anos ou mais."

Ele citou como exemplo o projeto de lei do governador José Serra (PSDB) que propõe a regularização das áreas com mais de 500 hectares e que são objeto de disputa entre os fazendeiros, que se consideram proprietários legítimos, e o Estado, que diz serem terras devolutas. A pendência envolve 275 mil hectares, terras mais do que suficientes para assentar todos os sem-terra da região, segundo o MST.

O projeto está na Assembléia Legislativa e deve ser votado este ano, mas sua aprovação inviabiliza a reforma agrária, segundo Chaves. Ele disse que as terras já estão sendo arrendadas para usinas de cana. "Nossa proposta é assentar o pequeno agricultor para produzir alimentos." Integrantes do movimento ligados a José Rainha Júnior preparam uma grande marcha para protestar contra o que consideram uma "política do Estado a favor do agronegócio" na região.

A manifestação ocorrerá entre os dias 23 e 25 de julho e terá três frentes, partindo respectivamente de Tarabai, Rancharia e Santo Anastácio. À chegada, no dia 25, dia do agricultor, em Presidente Prudente, os manifestantes esperam ser recebidos por integrantes do Ministério Público Estadual e da Igreja Católica.

José Rainha, que está afastado dos postos de coordenação do MST, mas lidera um grande número de acampamentos na região, disse que o governo estadual foi rápido para licenciar uma usina de açúcar e álcool do grupo Odebrecht em Mirante do Paranapanema. "A licença saiu em menos de dois anos, enquanto para os assentamentos, a demora já tem 4 anos e ainda não saiu." É o caso, segundo ele, da fazenda Porto Maria, em Rosana, desapropriada no início de 2004.

Já a fazenda Santo Expedito, em Teodoro Sampaio, aguarda a licença ambiental há três anos. Outros dois projetos de assentamento, nas fazendas São Camilo, em Presidente Venceslau, e Asa Branca, em Mirante do Paranapanema, estão na fila para serem licenciados. "Os trabalhadores estavam dentro das áreas. O governo pediu para que saíssem, mas não deu a licença ambiental".

Ele disse que a marcha pretende mostrar quem são os vilões do meio ambiente na região. "O grande impacto ambiental no Pontal foi criado pelas hidrelétricas nos rios Paraná e Paranapanema, agravado pelo desmatamento promovido pela pecuária extensiva." Rainha disse que não é contra a produção de açúcar e álcool, desde que o trabalhador seja respeitado. "O que não pode é virar tudo canavial, tirando o espaço da agricultura familiar que produz empregos e alimentos."

A marcha terá a participação de sindicatos rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de integrantes de outros movimentos de sem-terra, como o Trabalhadores Unidos pela Terra (Uniterra), Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) e Movimento Terra Brasil.

A Secretaria do Meio Ambiente informou que a licença prévia para o assentamento de Porto Maria já foi concedida, mas a licença de instalação, fase final do processo, só foi no dia 12 último. De acordo com a Secretaria, normalmente a demora entre o pedido e a expedição da licença se deve à documentação incompleta.

(Por José Maria Tomazela, O Estado de S. Paulo, 29/06/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -