Farroupilha, que acaba de iniciar a coleta do resíduo, já tem 50 pontos de recolhimento cadastrados
Restos serão guardados em bombonas para, depois, serem processados e transformados em biodiesel
O que fazer com o óleo de cozinha usado? Essa não é mais uma dúvida para quem reside no município. A Secretaria da Saúde e Meio Ambiente implantou um programa de coleta para esse tipo de produto. O líquido será recolhido e transformado em biodiesel.
As bombonas para acumular os resíduos começaram a ser instaladas na semana passada. Pelo menos 50 pontos de coleta estão cadastrados no Departamento do Meio Ambiente. São escolas, restaurantes e estabelecimentos comerciais. A população também poderá depositar seu óleo usado nesses locais.
Segundo o geólogo e idealizador do projeto, Paulo Demore, do Departamento do Meio Ambiente, a destinação adequada ao óleo é uma necessidade. Demore conta que os resíduos eram jogados no ralo pela maior parte da população. Apenas algumas empresas tinham convênio para a eliminação correta.
- Cada litro de óleo despejado no esgoto tem potencial para poluir cerca de 1 milhão de litros de água e para agredir o solo - afirma.
A Churrascaria La Picanha é um dos estabelecimentos que virou posto de coleta. No cardápio, tem polenta, queijo, batata frita. O que sobrava da fritura era destinado a uma empresa especializada, que há cinco meses deixou de recolher os resíduos, acumulados desde então em um tonel. Localizada no bairro Medianeira, a churrascaria resolverá seu problema com o projeto.
- Este sistema não vai apenas nos ajudar. São vários os beneficiados. Estive nas reuniões e vi que havia muitos interessados em participar - diz Letícia Lando de Almeida, gerente da churrascaria.
O investimento do município no projeto é de divulgar o recolhimento. Fôlderes explicativos e adesivos sinalizando os pontos de coleta foram impressos pela prefeitura. O resto é por conta da Oleoplan, usina de Veranópolis que recicla o material. Para a empresa, o lixo é matéria-prima que gera lucro. Por isso, a Oleoplan paga pelo que recolhe. Escolas e associações de recicladores recebem R$ 0,15 por litro. Restaurantes, bares e cozinhas industriais ganham R$ 0,10.
No colégio São Tiago, segundo a diretora Maria Isabel Rossetti Bet, o óleo utilizado na cozinha já vinha sendo reciclado. Cozinheiras e serventes aproveitavam as sobras para fazer sabão, mas agora a escola se engaja na coleta pública.
- O que importa é a conscientização - disse a diretora.
(Pioneiro, 30/06/2008)