Mais de três meses depois dos primeiros estragos causados pelas chuvas em 124 municípios da Paraíba, a situação ainda é caótica: crateras abertas nas estradas oferecendo riscos aos motoristas, desabrigados, prejuízos incalculáveis na agricultura e açudes estourados.
Alguns reparos nas estradas, pontes e açudes começaram a ser feitos, a maioria com barro, sem acabamento adequado. O alerta de chuvas fortes para os próximos dois meses, feito pela Defesa Civil Estadual, pode agravar ainda mais os trechos. Os estragos atingiram mais de 20 mil pessoas em todo o Estado e a maioria continua no prejuízo.
Somente em Sousa, no Sertão, quase 200 pessoas ainda estão morando em nove abrigos improvisados, dependendo de cestas básicas e convivendo com dezenas de famílias separadas por pedaços de pano, lona e madeira. O boletim da Defesa Civil, divulgado em maio desse ano, informou que o município de Pombal apresentava o maior número de pessoas desalojadas, chegando a 1.815, seguido de Sousa com 1.494, Bayeux com 1.113 e São João do Rio do Peixe com 1.785 pessoas.
O fato é que aos poucos as pessoas estão retornando para suas casas e algumas sendo acomodadas em residências alugadas pelas prefeituras. Além dos prejuízos que muitos tiveram quando as águas invadiram suas casas, o maior problema enfrentado tanto no Cariri quanto no Sertão, é o desemprego. Como as lavouras foram perdidas, muita gente não consegue trabalho para colocar comida dentro de casa.
Em Sousa e Aparecida, o que se comenta entre os atingidos é que até agora o Governo do Estado contribuiu apenas com cestas básicas e colchões, mas a maior expectativa está na construção de casas populares. O comentário não é diferente nos municípios do Cariri, como São João do Cariri, Cabaceiras e Boqueirão.
(
Correio da Paraíba, 29/06/2008)