A expectativa dos diversos investimentos para a produção de celulose na Metade Sul do Rio Grande do Sul trará como resultados, além da própria implantação das fábricas, uma grande movimentação econômica e de desenvolvimento para essa região. Com a produção de celulose sendo prospectada nas cidades que compõem essa faixa, a estimativa é de que entre os anos de 2008 e 2011 haja, em todo o RS, um aumento de 10,9% no número de empregos diretos e indiretos como reflexos dessa nova produção.
A informação consta em um estudo realizado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), “Os Impactos Econômicos dos Investimentos para a Produção de Celulose no RS”, que teve seus resultados debatidos na reunião do Conselho de Economia e Estatística da Fecomércio, na última quinta-feira (26/06). A apresentação foi feita pelo conselheiro da Federação e presidente da FEE, Adelar Fochezatto, a convite do diretor do Conselho, Leonardo Schreiner. Durante a palestra de cerca de uma hora ficou bastante claro que esse pode ser um grande passo para o crescimento e melhoria da região.
Conforme Fochezatto, “apenas na fase de operação da indústria, as localidades envolvidas direta e indiretamente com a celulose terão um incremento de R$ 3,1 bilhões, que serão movimentados nos municípios envolvidos”. No RS, o impacto se daria diretamente no PIB gaúcho e também na geração de empregos. Na avaliação realizada até 2011, chegou-se à conclusão de que haveria um incremento de 7% no PIB, que passaria dos atuais R$ 348 bilhões para R$ 372 bilhões. O mesmo se daria com os empregos, que teriam um ganho de 10,9% no aumento da oferta, passando de 7.484.433 milhões para 8.301.084 milhões.
O presidente da FEE sinalizou ainda que, por meio do estudo realizado, foi possível detectar os principais pontos de melhoria para a região. Segundo os dados, para que essas localidades possam absorver plenamente os recursos envolvidos na produção da celulose, seria preciso uma reversão do atual cenário, uma vez que a Metade Sul do RS há seis décadas se encontra perdendo posição no contexto estadual. “Esses investimentos poderão representar uma reversão dessa tendência. Mas para isso será preciso qualificar a mão-de-obra em áreas especializadas, bem como buscar a melhoria da infra-estrutura disponível, tanto em vias rodoviárias e hidroviárias, uma vez que haverá um grande incremento no número de viagens”, sinalizou.
Estiveram presentes além dos diretores da Fecomércio-RS, os deputados José Sperotto (DEM), Ronaldo Zülke (PT) e Nelson Härter (PMDB).
(Por Nilton Santos, Agência de Notícias AL-RS, 27/06/2008)