O presidente da Assembléia Legislativa gaúcha (AL-RS), deputado Alceu Moreira (PMDB), participou na manhã desta sexta-feira (27/06), na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), da abertura de reunião técnica sobre o zoneamento da cana-de-açúcar no Brasil.
Para Moreira, o que se está tratando é de um ativo de mercado de grande relevância - o etanol -que possui valor estratégico para vários estados. "O que é preciso fazer é dar reforços aos argumentos, o que significa ter profundidade de pesquisa técnica para apontar que os números e os textos não se confirmam" afirmou Moreira, diante da possibilidade do Rio Grande do Sul ser alijado do cultivo da cana-de-açucar para a produção de etanol.
Independência energética
Para Moreira, o Rio Grande do Sul tem que ser incluído no zoneamento, pois a independência energética do estado é de fundamental importância para o povo gaúcho. Moreira adiantou que a partir desta reunião a Comissão de Agricultura da Casa fará o passo-a-passo e irá até Brasília quantas vezes for necessário. "Nós mobilizaremos os atores políticos que têm poder de decisão para não deixar que esta injustiça aconteça com o Rio Grande do Sul", finalizou Moreira.
O secretário de Estado da Agricultura, João Carlos Machado, também considera que o Rio Grande do Sul não pode ficar fora do zoneamento para a cana-de-açúcar, pois significaria estar fora da política de estímulo à produção e industrialização do etanol. "O Rio Grande do Sul é um grande consumidor, e importa 98% do álcool combustível. Com o anúncio da produção do plástico verde, derivado do etanol de cana-de-açúcar, a demanda vai ser ainda maior", afirmou Machado.
Para o secretário Nacional de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Manoel Bertoni, o Brasil pode mostrar ao mundo que pode contribuir com a produção de energia limpa e alimentos. "Vejo com bons olhos que o estado do Rio Grande do Sul pense na sua independência energética", analisou ele. Bertoni disse que o zoneamento da cana-de-açúcar é complexo, pois deve levar em conta diversos fatores, como o clima, níveis de precipitação, solo e questões ambientais.
O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia, deputado Adolfo Brito (PP), lembrou na sua fala o trabalho desenvolvido pela subcomissão que tratou da questão dos biocombustíveis. Brito disse que a cana-de-açúcar é uma alternativa para os produtores de fumo da região central do Rio Grande do Sul.
(Por Luiz Osellame, Agência de Notícias AL-RS, 27/06/2008)