Um grupo de estudantes da Escola Politécnica (Poli) da USP embarcou no sábado (28/06) para os EUA. Eles participarão da segunda edição do International Development Design Summit (IDDS). Trata-se de um encontro organizado pelas universidades americanas Massachusetts Institute of Technology (MIT), California Institute of Technology e Olin College que reúne estudantes de engenharia, assistentes sociais, médicos, carpinteiros, fazendeiros e professores de 18 países. O objetivo é desenvolver tecnologias baratas e eficientes para melhorar a qualidade de vida da população de países subdesenvolvidos.
Miguel Chaves, Rafael de Barros Carrilho, Mariana Negrão, Gustavo Fujiwara – alunos de graduação da Poli – e Marcio Botto – doutorando em Saneamento Básico da Universidade Federal do Ceará (UFCE) – são os brasileiros entre os 60 participantes do encontro, que começa no próximo dia 14. Eles foram escolhidos por seus currículos e por demonstrarem interesse em projetos sociais.
“Atualmente, cada vez mais a consciência social está integrada aos valores empresariais e humanos da sociedade. Há uma tendência da valorização de trabalhos coletivos ao invés de se focar apenas o trabalho individual. Com projetos como esse, o aluno pode obter um desenvolvimento humano – uma característica bastante criticada pelo mercado nos engenheiros – e desenvolver a qualidade de vida de comunidades carentes ao redor do mundo“, explica Miguel Chaves, aluno da Poli e organizador da equipe brasileira.
Chaves vê outros benefícios: é oportunidade de colocar em prática os conceitos aprendidos em sala de aula, além de entrar em contato com profissionais de outros países e de ter um curso do MIT – uma das universidades mais respeitadas do mundo – no currículo. E mais do que isso tudo, há um ganho pessoal: “é uma chance de executar na prática os conceitos teóricos de engenharia por uma causa nobre, inserido em um ambiente totalmente diferente dos quais eles enfrentaremos na vida profissional”, completa.
O IDDS
No encontro, os participantes são divididos em equipes, escolhidas de acordo com os perfis dos integrantes. A idéia é que os grupos sejam heterogêneos, formados por pessoas com habilidades complementares e de diferentes países. Esses grupos desenvolvem projetos inspirados pelos temas de estudo deste ano: água, energia, habitação e saúde.
No primeira edição do IDDS, realizada no ano passado, foram desenvolvidos algumas soluções inovadoras na área de geração de energia – uma questão polêmica no mundo atual. Das mesas de projeto dos participantes do encontro saíram um aerogerador de energia elétrica de pequena escala – com eficiência melhor que uma turbina eólica –, carvão produzido a partir de restos orgânicos da agricultura – o que ajuda a reduzir o desmatamento – e uma pilha de baixo consumo – produzida a partir materiais orgânicos.
(Por Juliana Maciel, USP Online, 28/06/2008)