A adoção das chamadas 'construções sustentáveis' no Brasil passa, necessariamente, pela adequação das novas tecnologias disponíveis no mercado às infra-estrutura e cultura locais. A opinião é do engenheiro civil Marcelo Takaoka, mestre em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP. O especialista fez na semana passada uma palestra no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do RS (Crea-RS) sobre técnicas para minimizar o impacto da construção civil no meio ambiente, pelo uso de materiais mais eficientes.
'Ao contrário do que se imagina, o custo de um prédio sustentável não é muito superior ao de um prédio comum', aponta. Segundo ele, a diferença fica em torno de apenas 5%, pois o uso de novos materiais e tecnologias permitirá um aproveitamento mais racional do empreendimento. Conforme o engenheiro, a construção de prédios que permitam o uso racional da água e da energia, com menor produção de resíduos, é algo ainda longe do ideal.
'Passa por uma mudança de hábitos na área da construção civil', assegura Takaoka. Muitas vezes, desde o início do projeto não é pensado sobre de que forma o prédio será utilizado. 'Na etapa final, quando o edifício está sob os cuidados de uma incorporadora ou administradora predial, a possibilidade de mudanças que possam minimizar os impactos ao meio ambiente é menor que 5%. Quando isso é detectado na fase inicial, o índice cresce para mais de 90%', enfatizou o engenheiro.
(Correio do Povo, 29/06/2008)