(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
emissões de co2 ipcc impactos mudança climática
2008-06-29

Se o mundo quiser evitar um desastre climático e ao mesmo tempo manter o crescimento econômico, precisará aumentar em oito vezes a quantidade de dólares gerados na economia por tonelada de gás carbônico queimado. A conclusão é de um relatório elaborado por uma consultoria internacional e divulgado ontem (28) no Japão.

A má notícia da análise, feita pelo McKinsey Global Institute, é que a última vez que o mundo viu uma mudança de produtividade dessa magnitude foi na Revolução Industrial --e ela levou 125 anos, tempo de que a humanidade não dispõe.

A boa notícia é que o custo dessa mudança até 2030 será de no máximo 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, menos ainda do que os quase 3% estimados pelo IPCC, o painel do clima da ONU.

A chamada "produtividade de carbono" média da economia global é hoje de US$ 740 de PIB por tonelada de CO2 emitido. Se todo mundo tivesse de limitar emissões como o clima demanda e viver com essa produtividade, um cidadão teria de escolher entre dirigir 40 km, usar ar-condicionado por um dia ou fazer duas refeições.

Para que isso não aconteça, em 2050, o valor precisará alcançar US$ 7.300 de PIB por tonelada de CO2. A Noruega é o país mais próximo da meta, com US$ 4.700 de PIB por tonelada de CO2. O Japão tem US$ 3.000; os EUA, US$ 2.000, e a China, US$ 1.200.

Segundo Eric Beinhocker, da McKinsey e co-autor do relatório, 70% do abatimento de emissões de CO2 pode ser feito com tecnologias existentes hoje em dia. A conclusão, ao mesmo tempo em que reforça a mensagem do IPCC, desfaz o mito -propagado pelo atual governo americano- de que só será possível enfrentar as mudanças climáticas com uma "revolução tecnológica".

O próximo passo da empresa será fazer relatórios de oportunidade de redução de emissão para alguns países isoladamente -entre eles, a Índia.

Mas, nesse primeiro relatório, de âmbito geral, a consultoria aponta diversas maneiras de reduzir emissões e ganhar eficiência simultaneamente. Uma das sugestões é o uso do biocombustível da cana-de-açúcar --que teria, segundo a McKinsey, um custo negativo para a sociedade. Seria como obter um ganho econômico em resposta à economia de energia, assim como o uso de lâmpadas mais eficientes.

Outras chamadas "oportunidades de abatimento" (ou de mitigação) indicadas -essas com custo positivo, de até 40 por tonelada de CO2 cortada --são aumentar a eficiência de aviões, investir em energia nuclear e reformar termelétricas.

O documento diz, ainda, que nenhuma ação isolada no setor energético conseguirá atingir todo o potencial de redução de emissões. É preciso investir em energia solar, eólica e em alterar uso do carvão para gás.

Outro dado do estudo deveria ser encarado como uma oportunidade para o Brasil: segundo a McKinsey, o desmatamento evitado, sozinho, responde por 12% do potencial global de redução de emissões. se o reflorestamento é somado, dá 25% do total mundial.

Florestas "vitais"

A consultoria afirma que o sucesso na conservação é "vital" para atingir as metas de redução de emissões no mundo. Sem o setor florestal, o custo de medidas de redução substitutas aumentaria de 40 para 60 por tonelada de CO2. "Infelizmente, não existe hoje um esquema para reduzir emissões do desmatamento e da degradação da floresta", diz o texto.

A consultoria pondera que um desafio nesse ponto é que muitos países em desenvolvimento ricos em floresta não possuem ferramentas eficientes de administração, monitoramento, esquemas de reflorestamento e de ataque à derrubada de mata ilegal. O relatório não cita nomes.

O estudo foi apresentado por Beinhocker no fórum de parlamentares do G8+5 (os oito países mais ricos e os cinco grandes emergentes, entre eles o Brasil), realizado em Tóquio.

Segundo o relatório, o custo macroeconômico da "revolução do carbono" é "gerenciável" -da ordem de 0,6% a 1,4% do PIB global em 2030. Para Beinhocker, o investimento pode ser visto como uma "apólice de seguro" para o mundo.

(Por Afra Balazina, Folha Online, 29/06/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -